Você sabe o que é iteração? Mostrar-se flexível para absorver feedbacks é extremamente importante no mundo dos negócios — e é por isso que, no design, a etapa chamada de iteração é uma das mais determinantes para o sucesso das soluções desenvolvidas.

Hoje você vai entender o que é e como a iteração pode contribuir para inovação, além de dicas para colocá-la em prática. Continue com a leitura!

Antes de tudo: o que é iteração?

Iteração é um termo matemático que indica a repetição de um processo para gerar uma sequência de resultados. Trata-se do aprimoramento incremental e contínuo a partir da recorrência e do acúmulo de experiências.

No design, esse processo não segue uma lógica cíclica, em que há inúmeras repetições do mesmo estágio, sempre reconduzindo o fluxo ao marco inicial. Cada reincidência leva a um resultado, que será o ponto de partida da próxima iteração.

Em muitas atividades, pratica-se o fluxo de raciocínio iterativo sem perceber. Imagine um desenvolvedor de software que se debruce sobre inúmeras versões de um sistema, as quais vão se complementando por meio das sugestões e ideias dos clientes até que se alcance a versão final. Isso é iterar e, mais do que isso, inovar a partir das pessoas.

Iteração é o mesmo que interação?

Quando as pessoas questionam o que é iteração, essa pergunta não demora a surgir. Mas, na verdade, é preciso tomar cuidado para não confundir os dois termos — que, embora interligados, não são sinônimos.

Interação é o momento em que há comunicação com outras pessoas. Já iteração é a repetição que conduz à ideia ideal.

Por trabalhar com feedbacks, é fato que a iteração depende de momentos de interação. Contudo, a mera interação pode não levar a nenhuma melhoria. Isso porque a iteração não significa apenas trocar informações, mas sim gerar mudanças positivas a partir do que foi aprendido com as pessoas.

Por que esse processo é importante?

Por meio da iteração, é possível desenvolver soluções efetivas, com maior potencial de inovação e menos riscos. Entenda!

Soluções efetivas

Na iteração, em cada novo ciclo agrega-se o aprendizado do ciclo anterior — e é esse acúmulo de vivência que torna a construção de projetos pela abordagem de Design Thinking tão exatos no alcance dos objetivos.

Essa lapidação contínua se materializa por feedbacks. É pela colaboração das pessoas que são examinadas novas possibilidades, partindo de um design já existente.

Maior potencial de inovação

A iteração é o cerne da inovação. Para tanto, é preciso tirar o foco da operação a fim de criar espaços para um contexto de experimentos.

Em um universo em que o pioneirismo é uma vantagem competitiva, é preciso encontrar métodos eficazes para resolver problemas complexos e criar soluções disruptivas. Nesse contexto, a iteração ajuda a formatar protótipos ou testes com mais valor agregado. E isso se faz com pessoas.

Mitigação de riscos

A experimentação ajuda a reduzir os riscos da inovação. Isso porque possibilita entender, ao longo do processo de criação, quais insights podem gerar valor e trazer impacto na vida das pessoas.

As críticas e pontuações (de olhares lançados de diferentes perspectivas) impulsionam as mudanças para o desenvolvimento de um produto ou serviço, evitando despender tempo e dinheiro em propostas que ainda não foram validadas pela análise do mercado.

Ilustração exibe time inovando em uma representação da iteração

Como usar iteração para inovar?

Depois de entender o que é iteração, é hora de compreender quais abordagens facilitam o processo iterativo. Confira algumas dicas para inovar mediante iteração!

Comece pela essência da ideia

Um dos grandes causadores do bloqueio criativo é o papel em branco. Diante da complexidade do desenvolvimento de um produto ou serviço, é comum não saber de onde partir e acabar se perdendo. Nesse sentido, quem começa um projeto com a mente pronta para iterar, sai na frente na corrida da inovação.

O motivo é que, partindo desse processo, basta um simples rascunho para que o processo de refinamento e correção seja iniciado. Sem muito apego aos detalhes, a mente se torna mais livre para delinear o futuro.

Você pode, por exemplo, fazer um storyboard para contar a narrativa de uma ideia, sem compromisso de construção do modelo final. O primeiro protótipo consistirá, então, em um fato, um elemento tangível para ser trabalhado e melhorado por meio da iteração. 

Ame seus experimentos

A experimentação exige entusiasmo para iniciar um processo de “tentativas e erros”, sem a pressão de já apresentar, em primeiro plano, uma ideia genial, bem acabada e completa.

É preciso adotar uma mente de principiante e valorizar o aprendizado obtido no “passo a passo”. Ao despir-se de pressupostos e suposições que tomamos como verdade, é possível ouvir as pessoas e tirar delas o que de fato pensam ou sentem.

Não se agarre ao rascunho

Os vieses cognitivos no processo criativo podem ser perigosos se não forem gerenciados adequadamente. Ao seguir o ciclo “prototipagem – teste – iteração”, você não pode se esquecer que o esboço inicial é apenas um caminho primário, sem o qual não seria possível evoluir.

Essa problemática está associada à aversão à perda, ou seja, à noção de que muito tempo já foi dedicado ao protótipo, gerando um certo apego a ele. Contudo, ao abraçar sua primeira ideia, você deixa de enxergar outras possibilidades pelo caminho.

Então, é essencial manter a mente aberta para absorver a opinião de outras pessoas durante a iteração, tornando o processo de criação mais maleável.

Tenha em mente que o processo é mais importante que o resultado

Mais do que o produto, tenha o processo em mente na hora de inovar. Isso porque se o resultado for seu norte, dificilmente você chegará a lugares novos, já que não se terá disposição para realmente aprender com as pessoas.

Quando um indivíduo se coloca no lugar do outro, fica mais fácil compreender em profundidade suas necessidades e, com isso, prover soluções para problemas complexos.

De que forma o curso de Design Thinking Experience pode contribuir para esse processo?

O curso de Design Thinking Experience, oferecido pela Echos, contempla todo o processo de design de forma prática, com oportunidades reais de experimentação.

Assim, é possível mergulhar em um desafio, compreender o contexto do problema, entrevistar pessoas, construir protótipos, testar e realizar adaptações. É uma excelente forma de aprender fazendo!

Agora que você entendeu o que é iteração, que tal conhecer melhor nosso curso e expandir sua visão acerca do Design Thinking?

Natália Franzon Catarino

Certificada em Design, Inovação e Sustentabilidade pela Un-School of Disruptive Design, tem 4 anos de experiência em facilitação de processos de Design Thinking e construção de experiências de aprendizagem.

Começou como design thinker empreendendo o projeto Look Up Lab com workshops de ativação da cultura de inovação e construção de identidade em empresas e universidades do Paraná. Em 2017 passou a integrar o time da Echos, e já ministrou mais de 90 de nossas experiências de aprendizagem, além da participação ativa em projetos de inovação e hoje atua como líder do curso de especialização em design thinking.

É publicitária, MBA em Gestão Comercial pelo ISAE-FGV, Certificada em Design de Serviços pela Hivelab e em Design de Experiências pela Kaospilot.