Diante das demandas urgentes de mercado que surgem em ciclos cada vez menores, da agilidade com que os consumidores esperam que elas sejam solucionadas e da corrida interminável entre os players que direta ou indiretamente competem, o Design Sprint é um resultado da iminência de apresentação de respostas por parte das empresas, a fim de que elas se mantenham relevantes e com potencial de crescimento.
Criada pelo Google, a metodologia se diferencia da abordagem Design Thinking, principalmente, pelo dimensionamento do problema a ser resolvido, pois, enquanto o design sprint tem a assertividade como essência e precisa de um problema bem delimitado; na abordagem do design thinking há espaço para situações maiores, que necessitam de maior aprofundamento e investigação.
Assim, para que você conheça um pouco mais sobre essa forma de trabalho, em que situações ela realmente ajuda e como colocá-la em prática, continue a leitura dos tópicos abaixo.
O que é Design Sprint?
O Design Sprint é a metodologia ágil para desenvolver e testar com clientes uma solução em curto tempo: cinco dias de tarefas específicas para cada um deles.
O objetivo é desenvolver e escolher as melhores ideias para o problema e colocá-las à prova diante do target.
Sobre ele há o livro “Sprint”, de Jake Knape com colaboração de Braden Kowitz e John Zeratsky, em que o amadurecimento desse método na Google Ventures é contado de maneira didática e a partir de exemplos reais para favorecer o entendimento e aplicação.
Por que e quando usar?
O Design Sprint é uma alternativa que otimiza recursos valiosos das empresas: tempo, talentos e investimento financeiro, diminuindo o risco, uma vez que o coloca de frente ao potencial consumidor gerando um rico feedback.
A partir dele, ideias que poderiam demorar meses até serem moldadas e testadas são desenvolvidas e diagnosticadas (em suas virtudes e falhas) rapidamente, o que dá a chance de corrigir erros desde o princípio, uma vez que os feedbacks vieram do target.
Assim também como potencializa a colaboração e as boas ideias e não os que falam melhor ou a ideia mais aceita por todos, o que torna todos os profissionais mais competentes, além de diminuir atritos.
Porém, para que seja realizado com sucesso, é necessário que sejam cumpridos alguns pontos e, ao conhecê-los, perceberá que este é um processo imersivo e realmente intenso, o que impede que seja realizado a todo o tempo com todas as ideias.
Assim, é ideal para projetos que estão travados criativamente, têm prazo curto e alto risco.
Premissas do Design Sprint
O primeiro deles é a questão da agenda que deverá ser trancada. As cinco a sete pessoas envolvidas devem ser “esquecidas”, evitando entre e sai de sala, o que prejudicaria todo o andamento.
Tais profissionais precisam ser diretamente envolvidos com o problema a ser resolvido, buscando sempre a maior diversidade de conhecimento e perfil, ainda que o nível de maturidade precise ter equilíbrio.
A outra questão é o envolvimento da liderança que precisa estar alinhada com o processo, ainda que não presente em 100% do tempo, mas participar de momentos cruciais para que o resultado tenha sequência após o sprint.
Para finalizar, o ambiente precisa contribuir para o processo criativo, sendo neutro para todos os participantes e ter materiais como folhas, post-its e canetas à disposição.
Figuras do Design Sprint
Além do líder da empresa que exercerá a mesma posição de sempre (palavra final na tomada de decisões), durante o processo de desenvolvimento do Design Sprint há a atuação de outras duas funções extremamente presentes no desenrolar das atividades: o do facilitador e o do product owner.
O facilitador é o responsável em fazer com que os objetivos das atividades de cada dia sejam cumpridas, ao manter o foco da equipe nos tópicos centrais e ao gerir o tempo, além de ser a pessoa que sintetiza informações e as passa de maneira didática e objetiva.
Já o product owner é a pessoa que providenciará os recursos necessários para o desenvolvimento do protótipo quando ele der sinais do que será, possibilitando o trabalho dos dois últimos dias.
Script do Design Sprint
Segunda
Os trabalhos se iniciam com a discussão do problema pelos participantes, a fim de que cada um possa contribuir com a sua expertise e vivência para a interpretação do mesmo.
Aqui talvez seja necessário ir a campo (exatamente, no mesmo dia!) para coletar mais impressões, dados e insights sobre a problemática. A conclusão dessa troca de informações gerará um mapa que norteará as próximas etapas.
Terça
O segundo dia é marcante e traz um aspecto importante do Design Sprint. De início, as informações e recorte do problema definido no dia anterior são retomados para realinhar e foca a equipe.
Então, cada membro é estimulado a desenvolver uma solução isoladamente e a expressá-la em um papel de forma de fácil interpretação.
Durante a tarde são distribuídos adesivos de votos para os participantes (provavelmente o líder terá uma maior quantia de adesivos), para que cada um vote nas ideias que mais acharem relevantes.
Aqui fica evidente a necessidade da ideia se destacar, pois ninguém terá um momento de explicação para defendê-la. Assim, ela precisará se justificar por si mesma.
Quarta
O terceiro dia requer decisão e é o mais importante da semana de trabalho. Com as soluções mais votadas, é preciso escolher quais aspectos de cada uma delas será realmente utilizado, pois apenas um protótipo será criado. Assim, um storyboard do futuro protótipo será a entrega do final do dia.
Quinta
Dia de colocar a mão na massa, aqui se inicia a materialização da solução idealizada. O foco do trabalho é o desenvolvimento do protótipo (simples e factível o suficiente para que a essência possa ser vivenciada pelos clientes).
Sexta
Hora da verdade. O quinto dia é o encontro entre a solução e os potenciais clientes. Com entrevistas ou monitoramento, aqui se pretende coletar o que deu certo ou não, o que proporcionará direcionamento claro sobre o que fazer a seguir.
E se agora que você já conheceu um pouco mais do Design Sprint se quiser se aprofundar mais nas abordagem inspirada do design para criar soluções inovadoras para o seu mercado, saiba mais sobre o Playbook News Initiative Design Accelerator, programa de parceria entre a Echos com o Google!