Para se manterem competitivas, as empresas investem em modelos de inovação em busca de alternativas para o portfólio com o qual trabalham, seja de serviços ou de produtos.

O objetivo é preservar a sustentabilidade da empresa a longo prazo, tendo a participação de mercado e o interesse dos consumidores mantidos ou aumentados por causa das novidades criadas.

Esta prática já acontece há algum tempo. Aliás, existem várias fases pelas quais a inovação passou. E, em cada uma delas, a forma como o processo acontecia é reflexo da própria época (como era o relacionamento com os clientes, a velocidade dos acontecimentos, a concorrência).

Por isso, no post de hoje trazemos informações de como os modelos de inovação começaram e avançaram no mundo dos negócios.

A partir deles será possível entender melhor sobre inovação, as características dela e os processos pelos quais se estruturou. Assim, você também poderá aplicar os modelos de inovação no cotidiano da sua equipe!

Mas o que é inovação?

De maneira objetiva, inovação é uma mudança. No entanto, não basta que algo seja novo para ser considerado inovação.

É preciso que essa novidade também gere valor para o consumidor (agregue utilidade ou benefício real) e traga lucro para empresa (rentabilidade a partir da ampla adesão do público-consumidor que aprova, compra e se fideliza à solução).

São esses três fatores que distinguem uma inovação de uma invenção. É pela obrigatoriedade desses três pontos, também, que criatividade não é sinônimo de inovação, sendo, na realidade, uma parte importante, mas que deve ser somada ao lado pragmático dos negócios (números sobre mercado e resultados) para gerar uma inovação de fato.

Mas será que todas as inovações são iguais? Na verdade, não. Existem diferentes graus de impacto que diferem uma da outra e, por isso, são conhecidas como incremental ou disruptiva, veja o porquê abaixo.

Incremental

A inovação incremental tem baixo impacto. Isso porque insere pequenas mudanças nos produtos ou serviços. São melhorias que favorecem a experiência do consumidor, mas não modificam a forma como a interação entre ele e a solução acontece.

A inovação incremental é sim um ponto positivo e estratégico para as empresas. No entanto, é importante reconhecer que a vantagem competitiva que ela traz para o negócio é de curto prazo, pois a dificuldade de ser copiada costuma ser baixa.

Para identificar inovações incrementais, basta ver as linhas de smartphones que, a cada versão, traz pontos de melhoria, mas, em sequência, é copiada, o que faz necessário às fabricantes estarem constantemente desenvolvendo novidades que sirvam de atributos para o próximo lançamento.

Disruptiva

Também chamada de radical, a inovação disruptiva tem impacto profundo no mercado e na vida das pessoas. Isso porque ela altera a lógica de consumo, o que gera reflexo em cadeias de mercado inteiras.

Voltando ao exemplo do smartphone, esse produto por si é uma inovação disruptiva. A partir dele a maneira como as pessoas se comunicam foi completamente alterada. Diferentes mercados se voltam para ele, uma vez que telefones fixos, câmeras fotográficas, rádio, iPod, scanner e tantos outros serviços foram absorvidos por este único aparelho.

As pessoas não colocam o indicador mais em direção à rua para chamar um táxi, elas solicitam por aplicativo, têm o histórico sobre o motorista e contribuem para esse conhecimento coletivo a partir de avaliações e comentários.

A inovação disruptiva modifica parâmetros tecnológicos, operacionais e estruturais da sociedade.

Mas antes de serem lançadas aos consumidores, como as inovações acontecem nas empresas?

Modelos de inovação

modelos de inovação

O processo como a inovação acontece hoje é bem diferente da forma como era nas décadas de 50 a 90. Afinal, o mundo mudou um pouco desde então, não é mesmo?

De lá para cá, são identificados dois modelos de inovação: o linear e o interativo, sendo este último o utilizado pelas empresas no mercado contemporâneo.

Linear

No modelo linear o foco estava sobre a tecnologia. Neste contexto, eram dos laboratórios de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) que surgiam as oportunidades de inovação.

Esse movimento unidirecional é conhecido hoje como tecnologia empurrada (technology push), já que o mercado (empresas e consumidores) não tinham acesso a esse desenvolvimento, mas apenas recebiam a inovação pronta e, quando satisfatória, a consumiam.

Foi por ser inflexível e gerar alto risco, ao não integrar o mercado consumidor no processo de criação da inovação, que o modelo linear foi substituído.

Interativo

No início do modelo interativo, as necessidades do mercado passaram a nortear os esforços de P&D, o que ficou conhecido como Need Pull ou Market Pull (Modelo Reverso).

Essa prática também foi aprimorada a partir da percepção de que não era necessário criar do zero o tempo inteiro, mas que tecnologias já existentes poderiam gerar inovações.

Com o passar do tempo, houve abertura para que outros setores das companhias e outras contribuições externas também pudessem ser somados ao desenvolvimento da inovação (e não somente o de P&D), o que deu início ao nome modelo interativo (integrated model).

Nos dias de hoje a melhoria desse processo é ainda mais clara, pois, contempla feedback constante do mercado consumidor a partir da prototipação e validação.

Neste novo contexto as parcerias e criação conjunta são mais que bem-vistas, mas uma necessidade assumida, uma vez que é preciso buscar constantemente novos olhares diante dos problemas antigos e novos que surgiram.

O processo é baseado no design, uma vez que as pessoas (com suas dores e desejos) passaram a ser o centro que guia todos os esforços.

Com esse novo olhar, equipes de competências múltiplas passam a trabalhar mais integradas, o que faz o ambiente de trabalho ser mais prazeroso, diverso e potente.  Os clientes também são beneficiados por ele, uma vez que produtos e serviços são feitos sob medida para atender às suas necessidades reais.

E, se entre os modelos de inovação, você quiser avançar no processo interativo, leia agora o nosso post sobre equipe multidisciplinar para trabalhar a sua equipe!

 

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.