Atualmente, designers de todo o mundo estão em uma posição incrível. Culturalmente, estamos em um momento de transição, com um impacto que não se vê desde a Revolução Industrial. A influência que designers podem e irão ter sobre o novo mundo que está surgindo será grande.

Isso é incrivelmente positivo, mas há muitos desafios pela frente. Embora os designers estejam sendo convidados a desenvolver papéis de liderança, há questões organizacionais que podem interferir no trabalho que precisa ser feito.

O design pode ter um grande impacto nos resultados de uma empresa, mas não é possível perceber plenamente esse impacto e rentabilidade sem que uma liderança em design madura seja incorporada à organização. Esse desafio pode ser superado com um gerenciamento adequado de equipes de design e com estímulo à liderança em design dentro da organização como um todo. Uma organização deve ter um alto grau de maturidade em design incorporado não só à sua equipe de design, mas a toda a organização, desde a diretoria e a gestão superior até os níveis operacionais.

O estado e a maturidade do design 

Qual é o verdadeiro estado da liderança em design e o impacto da maturidade em design nos negócios atualmente? Em 2019, a Invisionapp produziu um relatório sobre o assunto: The New Design Frontier. Foram realizadas pesquisas com 2.200 organizações em 23 indústrias e 77 países.

Descobriu-se que empresas que tinham um alto grau de liderança e maturidade em design geram quatro vezes mais receita, possuem produtos que são cinco vezes mais baratos de serem lançados e que chegam ao mercado cerca de seis vezes mais rapidamente. O valor de empresas com maturidade em design é 26 vezes maior do que empresas com baixa maturidade em design.

Para organizações que estão melhorando ou reinventando seus produtos e serviços, o verdadeiro impacto da maturidade em design é essencial. Ele se tornará a vantagem que garantirá uma rentabilidade contínua mesmo que haja uma diminuição da relevância no mercado.

Embora agora seja a hora do design, para que haja um maior impacto, as empresas precisam começar a se desenvolver e deixar de ser organizações com baixa maturidade para ter uma alta maturidade em design. Mas isso só pode acontecer por meio de uma liderança em design e com a compreensão de onde a empresa se encontra dentro dessa escala de maturidade.

Compreendendo os 5 níveis de maturidade em design

De acordo com o New Design Frontier Report, apenas 5% das organizações estão usando o design de forma a aprimorar estratégias, aumentar a participação no mercado e elevar o impacto dos funcionários na empresa. Em organizações com design de alto desempenho, a relação designer/desenvolvedor é equilibrada, são comumente adotados sistemas de design e a pesquisa com usuários faz parte dos fluxos de trabalho.

Compreender a diferença entre uma maturidade alta e uma baixa é a chave para evoluir e construir uma melhor prática em design. Abaixo, indicamos quais são as fases da maturidade em design para que você possa entender não apenas onde está sua organização, mas para saber onde ela pode chegar com uma liderança em design apropriada.

Nível 1: Produtores

As empresas de nível 1 estão focadas apenas nos aspectos visuais do design; neste caso, o design é algo que se revela em uma tela. Neste nível, as organizações trabalham para criar uma história consistente por meio de diretrizes de identidade visual, mas negligenciam processos, colaboração e ferramentas avançadas.

Nível 2: Conectores

As equipes de design das organizações de nível 2 já estão desenvolvendo processos colaborativos, incorporando sessões conjuntas de trabalho e ferramentas integradas com colegas que não são do design. Também são comuns pesquisas com usuários, histórias de usuários, testes de usabilidade e personas. O design é comumente abordado por executivos que entendem sua importância e por funcionários que expressam empatia para com os clientes.

Nível 3: Arquitetos

O design é uma função escalável em empresas de nível 3. Essas empresas já estão além de processos básicos de design participativo e contam com proatividade, clareza de papéis, responsabilidade conjunta e maior documentação das práticas avançadas de design. Este nível de design dá apoio a ecossistemas complexos de produto e está integrado às complexas estruturas operacionais internas da empresa.

Nível 4: Cientistas

As organizações neste nível estão comprometidas com um design data-driven. Elas usam análises, experimentação, recrutamento para pesquisas com usuários e monitoram o sucesso de esforços específicos. Também já começaram a adotar uma prática estratégica de design, que envolve pesquisas de mercado e o desenvolvimento de uma visão da empresa. Nessas empresas, a equipe de design possui certa autonomia para aproveitar oportunidades que considera importantes. Os executivos se engajam e abraçam publicamente a importância do design, além de mensurarem e monitorarem seu impacto nos negócios. Também realizam operações avançadas de design para dar suporte a esse trabalho.

Nível 5: Visionários

As empresas de nível 5 são fortes em todos os níveis de maturidade, mas o que as separa das outras é o envolvimento do design na estratégia e na visão da empresa. O design traz ideias mais aprofundadas para a estratégia por meio de técnicas exploratórias de pesquisa com usuários, tendências e pesquisas prospectivas que avaliam o fit do produto com o mercado e o desenvolvimento de estratégias unificadas entre diferentes plataformas. Essas empresas relatam que o design tem um impacto que gera diversos benefícios, da maior produtividade dos funcionários ao crescimento da participação no mercado, passando pela criação de novos patrimônios intelectuais.

Design é liderança

Entender onde uma organização se encontra dentre esses cinco níveis de maturidade é uma ótima forma para começar a expandir o impacto do design. O segundo passo é usar competências universais de liderança para fazer com que as empresas levem suas habilidades de design para o próximo nível da escala.

Não importa onde sua organização se encontra nessa escala; ela só melhorará se os líderes certos promoverem o design a um novo patamar. A liderança em design que se utiliza dentro das organizações cria novas oportunidades para colaboração e permite que novos tipos de pessoas se desenvolvam para assumir papéis de liderança.

Nunca foi tão importante que os designers se preparem para os próximos passos em suas carreiras. Como líderes de design, seremos convidados a avançar e definir não só o que o design é e pode alcançar, mas o impacto que pode ter no mundo.

O design pode criar – e cria – um impacto positivo nos resultados de uma empresa. Como parte da indústria, os designers devem aumentar a influência do design dentro das organizações não só para manterem suas empresas relevantes nesta época de mudanças rápidas, mas para criarem um mundo melhor.

Se você está pronto para desenvolver os próximos passos da sua organização, saiba mais sobre o impacto empresarial do design com Stephen Gates em nosso programa Design Leadership. Para mais informações, visite o site ou reserve um horário para entender como esse curso pode alçar sua carreira a um novo patamar.

 

Megan Davis

Originalmente do Michigan, vive atualmente em Melborne, Megan se considera uma cidadã do mundo. Ela vem descobrindo histórias desde 2012, se especializando em estratégia de narrativas e storytelling para negócios que ousam criar novas realidades e futuros.
Ela viajou o mundo conduzindo oficinas em Nova York, Londres e Berlim, e mais recentemente em Lisboa na House of Beautiful Business em 2019 para ensinar pessoas como conectar com storytelling para entregar estratégias e resultados de negócio.
Colocando a empatia em primeiro lugar no negócios e na vida, ela ama compartilhar seu conhecimento ao falar, treinar e oferecer consultoria em projetos que estão mudando o mundo.