A forma como o mercado se transforma junto com os hábitos dos consumidores tem mudado muito rápido. Com isso, às organizações e seus líderes cabe a tarefa de se adaptar – ou de ficar para trás.

Hoje, a realidade que enfrentamos promove mudanças nos mais diversos âmbitos, como na economia. Nesse cenário de disrupção da forma como compramos, vendemos e consumimos é que surgem alternativas que prometem transformar o mercado, como a economia colaborativa.

O que é economia colaborativa e como ela inova o mercado? Descubra no nosso artigo de hoje!

O que é economia colaborativa?

O que chamamos de economia é um conceito de ciência social que estuda a forma como a sociedade administra seus recursos escassos. Resumidamente, o que a economia estuda e investiga é a forma como usamos recursos finitos para produzir, comprar, vender e consumir produtos, sejam eles bens físicos ou serviços.

Já a economia colaborativa nasce de um propósito similar, mas com uma aplicação diferente na sociedade. Partindo do conceito científico de economia, a proposta da economia colaborativa troca o seu foco da escassez de recursos para a abundância de recursos disponíveis. Essa forma de enxergar a economia visa uma distribuição consciente e sustentável dos recursos, aproveitando de sua abundância para realizar trocas justas e que forneçam valor para os envolvidos enquanto promove inovação por meio da sustentabilidade.

Economia tradicional x economia colaborativa: quais as diferenças?

Como explicamos acima, a economia colaborativa parte da abundância e não da escassez dos recursos disponíveis na sociedade. Em vez de valorizar apenas o que pode acabar um dia, a economia colaborativa pensa em formas de distribuir melhor e otimizar o uso do que já temos.

Imagine duas pessoas que viajarão sozinhas. Uma vai tirar o carro da garagem enquanto a outra pode fazer o mesmo ou comprar uma passagem. O motorista está viajando com vários lugares vazios no carro, o que o impede de unir essa disponibilidade à necessidade do passageiro que está procurando um meio de transporte?

Esse exemplo é resolvido por iniciativas inovadoras de economia colaborativa. O BlábláCar, por exemplo, é um aplicativo que busca resolver essa questão. O app une, com poucos cliques, motoristas e passageiros que querem encontrar um meio de viajar. Ambos conseguem atingir seus objetivos otimizando o uso de recursos e mais ainda: economizando.

As mudanças na organização dos papéis econômicos

A economia colaborativa também propõe mudanças na organização dos papéis econômicos envolvidos em cada transação. Damos adeus à organização hierárquica, em formato de pirâmide, onde nos submetemos ao poder de quem está no topo.

A nova proposta é uma organização em rede. Os papéis de fornecedor e consumidor se invertem, são ambivalentes e podem mudar a todo momento.

Enquanto consumidores, não somos mais agentes passivos e reféns dos produtores. A ideia é que as transações ocorram de forma multilateral.

A conexão entre pessoas

Plataformas como o Airbnb e Couchsurfing funcionam nessa lógica. Quem precisa de um lugar pra ficar tem a mesma oportunidade de usar o serviço como quem tem hospedagem para oferecer.

Ambos os agentes usam a disponibilidade e a necessidade para criar um ambiente colaborativo dentro dos serviços. Os exemplos e as vantagens não param por aí.

A economia colaborativa também promove, ao contrário da economia tradicional, a conexão entre as pessoas, estimulando a colaboração, ao invés da competição. Dessa forma, você pode utilizar os classificados da OLX, por exemplo, para procurar bens que precisa e negociar valores, formas de pagamento e até trocas de produtos com os seus próprios donos.  Não precisamos mais brigar para conquistar o que precisamos, nem necessariamente prejudicar outros agentes do mercado ao escolher uma ou outra opção.

Como implementar a economia colaborativa nas empresas?

Sabendo das vantagens da economia colaborativa, resta às empresas agir logo para inovar dentro dessa lógica. A boa notícia é que estruturar um negócio para promover a colaboração não é tão difícil nem drástico quanto pode parecer. Siga essas dicas básicas para preparar sua organização para se inserir no cenário da economia colaborativa:

Mantenha os custos baixos

Uma empresa que preza pela colaboração e pelo desenvolvimento mais sustentável precisa saber gastar. Lembre-se que a economia colaborativa é muito mais sobre o que temos do que sobre o que precisamos.

Os gastos da empresa precisam refletir isso sendo o mais enxutos possível. Elimine processos desnecessários e busque estruturar o time apenas com pessoas e fornecedores necessários. Busque parceiros e contrate apenas quem realmente precisar para o funcionamento do negócio.

Encontre os parceiros certos

Parcerias são fundamentais para se dar bem na era da economia colaborativa. O que o mercado tem que pode ser trocado por algo que sua empresa oferece?

Parceiros podem fornecer produtos, serviços e auxiliar na capacitação e na educação da sua própria empresa. Encontre pessoas dispostas a ajudar e se disponibilize também. Não se esqueça nunca do princípio de conexão da economia colaborativa e deixe de lado a competição enquanto puder.

Pense e planeje a longo prazo

A economia colaborativa é uma tendência que vem mostrando ter força para ficar. Por isso, adaptar-se ao momento é tão importante quanto pensar a longo prazo.

Em um momento de mudanças e disrupções como o que vivemos atualmente, as empresas precisam agir agora para se manterem no futuro. Por isso, é importante proporcionar ao mercado, especialmente aos consumidores, experiências memoráveis que criem relações saudáveis e duradouras. Vamos pensar o consumo colaborativo como uma forma de nos aproximar e de estreitar relações com o consumidor enquanto oferecemos uma experiência memorável e de valor.

Aposte em inovação e otimização

Como as mudanças são rápidas, as ações das organizações também precisam ser. Agilidade e inovação são duas grandes aliadas das empresas que querem se adaptar às práticas do mercado moderno.

Cabe aos líderes das organizações estudar e buscar abordagens que podem otimizar seus processos e promover inovação. Dentro da economia colaborativa, é importante ressaltar que a empresa precisa se manter operando de forma lucrativa.

Busque iniciativas e tecnologias que promovam a inovação dentro da empresa e projete a ideia oferecendo valor ao mercado. A economia colaborativa transforma o jeito como pensamos, produzimos e consumimos no mercado moderno.

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Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.