Correspondendo à evolução do próprio mercado, a economia criativa une capital intelectual à distribuição e geração de renda e lucro.

Isso porque, ao contrário da economia de massa, essa vertente tira o foco da quantidade, do desperdício e da exploração de insumos para focar na inteligência e criatividade humana.

Essa virada é extremamente relevante e, a partir de acontecimentos significativos, como a transformação digital e atual surgimento de novas tecnologias, esse tipo de economia é potencializado.

Afinal, com todos esses fatores unidos (inteligência, acessibilidade e tecnologias) tem sido possível criar novas e melhores soluções, realidade que só tende a aumentar a representatividade desse setor na economia mundial.

E, quando falamos melhores, nos referimos a inúmeros pontos positivos, como otimização de custos, responsabilidade ambiental, maior abrangência (escalabilidade) e melhor atendimento ao consumidor.

Assim, este post traz mais informações sobre o tema, a fim de explicá-lo e contextualizar sua importância e resultados. Continue a leitura.

Como surgiu o termo economia criativa?

O termo ganhou reconhecimento mundial após o lançamento do best-seller The Creative Economy de John Howkins (2001), mas já havia sido tratado em relatório do Reino Unido (1983) e no documento australiano Creative Nation (1994).

Hoje é uma área monitorada, institucionalizada (o Brasil conta com uma Secretaria dedicada ao tema, por exemplo), bem como é motivadora de políticas públicas focadas no desenvolvimento sustentável.

O que é economia criativa?

É o setor da economia que desenvolve produtos e serviços baseados em bens intangíveis e propriedade intelectual. Assim, o apelo comercial é a identificação profunda — com a personalidade, com os interesses, as necessidades ou com os problemas — do consumidor.

Para se ter melhor dimensão, vale conhecer as quatro categorias de atividade econômica e os 13 segmentos, conforme classificação da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que o compõem:

  • Mídias: editorial e audiovisual;

  • Consumo: design, arquitetura, moda e publicidade;

  • Cultura: patrimônio e artes, música, artes cênicas e expressões culturais (artesanato, gastronomia e outros);

  • Tecnologia: TIC (tecnologia da informação e comunicação), biotecnologia, P&D (pesquisa e desenvolvimento).

Desse modo, essa vertente da economia é centrada no consumidor, ao conhecer o perfil dele para criar soluções que agreguem valor ao seu cotidiano e sejam coerentes com o estilo de vida que praticam.

Resultados e impacto

Um dos motivadores para que a economia criativa seja constantemente discutida é a contribuição que ela tem no PIB (Produto Interno Bruto) dos países, além do potencial que tem para ser ainda mais representativa.

De maneira que, como informado pelo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2018, foi apresentado que o Brasil importou $2,9 bilhões de produtos e serviços relacionados à criatividade no ano de 2014.

Além de mais resultados do país, como $923,4 milhões na exportação de bens — com destaque para os segmentos de consumo e cultura que — e $1,8 bilhão em serviços criativos exportados — devido, principalmente, aos segmentos pertencentes às categorias de tecnologia e mídias.

O setor também tem o benefício da resiliência, pois, ao ser movido por alternativas inovadoras que geram lucro, se adequa e traz resultados satisfatórios em períodos de crise.

Mas não para por aí, pois essa vertente econômica tem refletido em muitas outras questões como a transformação de bens em serviços (hábitos de consumo), o surgimento de novas profissões, a mudança nas relações de trabalho e a lógica da geração de riqueza e consumo (mais consciente e responsável).

Outra evidência é o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil de 2019, desenvolvido pela Firjan, que apontou o universo criativo do país, formado por 837,2 mil profissionais de 245 mil empresas, responsáveis por R$ 171,5 bilhões do PIB nacional, uma representatividade de 2,61%.

E para conseguir gerar esses resultados foram criados 24.500 empregos criativos:

  • Analista de pesquisa de mercado;

  • Analista de negócios;

  • Chefe de Cozinha;

  • Editor de mídia eletrônica;

  • Designer de eventos;

  • Designer de moda;

  • Designer de produtos;

  • Designer gráfico;

  • Programador;

  • Gerente de TI.

Abaixo estão exemplos de onde essas profissões podem estar atuando.

Empresas criativas

Além de ambientes de origem inovadora, como as startups, também há vida criativa em outras realidades, como empresas tradicionais.

Prova disso são os jornais e revistas, antes produtos impressos, que buscam nos serviços digitais, por meio de portais e aplicativos, uma alternativa de sustentabilidade econômica.

Contudo, não se pode diminuir o papel das disrupções — nova dinâmica de mercado imposta pelas fintechs; a constante evolução do agronegócio pelas agtechs; a democratização do conhecimento pelas edutechs; a acessibilidade promovida pelos fundos de financiamento coletivo; além dos serviços de streaming e de consumo já tão enraizados no dia a dia — na materialização dessa nova realidade.

A NeoCultura Audioguias é uma empresa de tecnologia que traz acessibilidade a ambientes culturais para pessoas com deficiência, fazendo com que a visita a museus, por exemplo, se adeque às necessidades especiais para oferecer uma experiência positiva.

Já a Feminina trabalha sob o conceito slow fashion aplicado em moda praia focada no público plus size, com diferencial de modelagem autoral e tecidos tecnológicos para entregar peças com significado.

O Leiturinha é um clube de assinatura de livros infantis, cujo objetivo é incentivar e alimentar o hábito de leitura desde a primeira infância, a partir de um serviço personalizado por faixas etárias, com curadoria mensal.

Assim, é possível perceber o potencial e o que faz essa temática estar ganhando cada vez mais espaço nas discussões políticas e de mercado. Para saber mais, baixe agora o nosso e-book sobre Economia Criativa para se aprofundar ainda mais no tema!

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.