Sabe aquela sensação estranha de antes do início de atividades coletivas, em que ninguém sabe exatamente como tudo vai transcorrer, porém todos estão cientes de que deverão passar horas juntos? Esse incômodo comum pode ser resolvido com uma dinâmica quebra-gelo.

A ideia dessa atividade é favorecer a interação entre os participantes, a fim de que a troca de impressões, informações e conhecimento seja a mais rica possível. Para tanto, a dinâmica quebra-gelo se vale de muita diversão, de forma leve, descontraída e simples, para que, em poucas fases, faça com que todos os envolvidos estejam relaxados e aptos a cooperar.

Neste artigo, falaremos mais sobre essa técnica, para você conhecê-la e descobrir cinco formas de aplicá-la, de acordo com o seu objetivo nas atividades de grupo que liderar!

O que é dinâmica quebra-gelo?

pessoas com as mãos unidas depois de uma dinâmica quebra-gelo

A dinâmica quebra-gelo é uma atividade de aquecimento antes de cada período uma atividade em grupo. Também conhecida como warm-up, a partir dela, é possível encontrar ótimas maneiras de começar uma aula, sessão de brainstorming, reunião ou qualquer exercício em grupo que precise de energia e conexão entre os participantes.

Mas, para dar certo, é preciso que todos tenham a chance de participar da atividade, sendo esse um processo simples e rápido, uma vez que o war-up deve ser introdutório e não cansar os participantes, que terão toda uma programação a seguir depois de sua realização.

Como utilizar os warm-ups?

Agora que já entendeu um pouco mais sobre a dinâmica quebra-gelo, que tal começar a aplicá-la? Confira cinco variações para usar!

1. Sim, mas…

Peça às pessoas que formem pares ou pequenos grupos (de 3 a 4 indivíduos) e que planejem uma atividade (uma viagem, uma festa).

Durante a primeira rodada, toda vez que alguém propuser uma ideia, outra pessoa deve responder com “sim, mas … (acrescentando por que isso não vai funcionar)”.

Na segunda rodada, a resposta deve ser “sim, e … (adicionando algo que se baseie na primeira ideia)”.

No fim, faça um levantamento sobre a energia do grupo e que tipo de ideias surgiram em cada uma das rodadas.

Essa proposta é indicada para início de brainstormings, pois demonstra o poder de uma ideia colaborativa (na rodada do “E”) contra a outra “sabotadora” do processo (na rodada do “MAS”).

2. Aumentando e encolhendo a cena

Um participante faz uma cena no meio da sala (por exemplo, fingir que está pescando).

Em algum momento, o facilitador pede para “congelar” a cena, e uma segunda pessoa entra, criando uma cena diferente com base na posição da primeira pessoa.

Novamente o facilitador pede para “congelar”, e uma terceira pessoa entra e muda a cena novamente, e assim por diante, até todos os presentes participarem da encenação.

Esse processo pode ser revertido, e as pessoas precisam ir saindo, retomando a cena anterior, até restar apenas a pessoa que iniciou a dinâmica.

Tal variação é indicada para processos colaborativos, no qual um precisa criar em cima da ideia do outro, desapegando da ideia inicial.

3. Bingo

Prepare cards de bingo. E, em cada quadrado da cartela, escreva uma frase e deixe um espaço para escrever um nome.

A frase deve ser um dado sobre pessoas, por exemplo: “já leu os livros do Harry Potter” ou “tem uma planta em sua mesa de trabalho”.

O próximo passo é informar aos participantes que o objetivo é achar alguém que responda “sim” a cada uma das afirmações da cartela e escrever o nome da pessoa no quadrado referente àquela informação.

E atenção, pois existem duas regras para esta dinâmica quebra-gelo:

  1. não se pode marcar o mesmo nome muitas vezes;
  2. os participantes devem, primeiramente, tentar adivinhar quais os quadrados que o parceiro escolherá, antes de pedir para ele dizer em quais que ele se encaixa.

Por fim, se uma pessoa completa a cartela com nomes, ela grita “bingo” e o jogo acaba. Ou o jogo acaba quando o tempo estipulado se encerra e o vencedor será quem tem mais quadrados preenchidos.

Esse é um mecanismo divertido de os participantes conhecerem mais uns aos outros rapidamente.

4. 1, 2 e 3

Neste warm-up o início se dá com a divisão em duplas.

Após definidas, cada dupla conta até três, alternando nos números repetidamente e, gradativamente, aumentando a velocidade.

Em seguida, o nível de dificuldade aumenta, pois a pessoa que falaria o número 2 deve bater palmas em vez de dizer o número. Continuamente se repete a contagem: um/palma/três.

Agora, em vez de dizer o número 1, a pessoa vai estalar os dedos, e a contagem acontecerá repetidamente com: estalo/ palma/ três.

Para finalizar, o número 3 é substituído por um pulo, então, a sequência fica repetidamente: estalo/ palma / pulo. Sempre que alguém errar em qualquer etapa, a dupla deverá emitir um gesto de celebração.

Este é um quebra-gelo ideal para energizar as pessoas, ideal para momentos pós-almoço ou quando a energia está baixa, e serve para refletir sobre como agimos diante de um erro.

5. Ninja

O exercício ninja começa com a formação de grupos de cinco a seis pessoas que se colocam em círculo a partir de uma distância de braços abertos entre um e outro.

Depois, todos juntam as mãos no centro da roda, e uma pessoa grita “Ninja”, o que faz com que todos pulem para fora da roda e fiquem paralisados em uma pose de ninja que escolher.

A seguir, uma pessoa começa a golpear a mão da outra pessoa ao seu lado com apenas um movimento e, ao terminar, ela deve ficar paralisada na posição em que encerrou o “golpe”. Por sua vez, a pessoa “atacada” também tem o direito de se defender com apenas um movimento de recuo.

Algumas regras deste quebra-gelo:

  • Se mão da pessoa atacada for tocada, ela deve se retirar do jogo.
  • Assim que o movimento de ataque/ defesa terminar é a vez de a próxima pessoa atacar no sentido anti-horário. O jogo continua até restar apenas o vencedor.

Essa atividade é utilizada para distrair o grupo temporariamente para um posterior momento que precisa de muito foco.

Por que utilizar a dinâmica quebra-gelo?

Pelos exemplos acima, é possível perceber que essa é uma maneira de mexer com o ânimo das pessoas envolvidas, mas não é só isso. Os warm-ups são essenciais porque, como geralmente as pessoas têm o lado racional esquerdo altamente estimulado por orçamentos, reuniões e e-mails, eles ajudam a usar os recursos visuais e o lado direito do cérebro, ligado à criatividade.

Ou seja, a dinâmica quebra-gelo é uma ferramenta essencial para quem busca por alta qualidade e ideias inovadoras. Utilizá-la é uma forma não só de envolver como potencializar a capacidade de trabalho dos envolvidos, pois ela consegue motivá-los e integrá-los desde o início do processo a ser vivenciado.

E para que a sua aplicação da dinâmica quebra-gelo possa ser ainda mais produtiva, saiba mais sobre confiança criativa, coloque-a em prática e seja o facilitador dessa skill nos seus grupos!

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.