Sherazade, a professora do curso Ahaze!, escreve sobre a importância do storytelling.

 

Nós, seres humanos, contamos histórias todos os dias, o dia inteiro. Aliás, é isso que nos diferencia dos outros animais mais do que qualquer outra coisa.

Se você olhar à sua volta e observar as pessoas por um instante, logo vai perceber que nós contamos histórias o tempo todo, sem parar. Você chega em uma reunião e as pessoas estão falando de como chegaram lá, como estacionaram o carro, o que aconteceu no trânsito, o que aconteceu ontem quando foram embora, vão falar da política, do que encontraram no facebook e uma infinidade de outros assuntos.

Quando a reunião começa, vem mais história: o que foi feito, quais são os dados, quais são as projeções.  Saõ narrativas que descrevem o passado, o presente e futuro. Independente do tempo verbal, tudo é história.

Existem contadores de histórias que são profissionais, como eu. Mas nem todos fazem o que eu faço, que é se encontrar com as pessoas e contar histórias ao vivo. Alguns escrevem livros. Outros dirigem filmes ou novelas ou minisséries ou programas de TV. Outros são os redatores dos roteiros desses filmes, dessas novelas, desses programas apresentados e dirigidos por outros contadores. Alguns tem blogs. Alguns são jornalistas ou poetas. Alguns ainda celebram missas, dão aulas, dão receitas de como fazer comidas e outras coisas, workshops, palestras.

Não são profissionais, mas são igualmente contadores de histórias, as fofoqueiras, os usuários das redes sociais, as pessoas que conversam no trabalho, no ponto do ônibus, até as que fazem uma requisição em um guichê de um repartição pública, por exemplo.

Se não contamos a alguém o que nos aconteceu, é como se não tivesse acontecido. Se não compartilhamos o que estamos pensando ou sentindo, é como se não existíssemos.

E não só temos que contar o que passou conosco, como também precisamos ouvir relatos do que aconteceu no mundo à nossa volta e com as pessoas com as quais nos relacionamos.

Dessa forma, vamos dando sentido ao nosso mundo interno, ao que passa dentro de nós, e ao mundo externo que nos envolve com os fenômenos da natureza e da vida em sociedade. É a nossa maneira de sentirmos que pertencemos à engrenagem que move todas as coisas.

Imagine você acordando de manhã, se arrumando e indo trabalhar sem falar com ninguém ou ler uma notícia. Chegando no trabalho, você continuaria isolado, almoçaria sozinho, voltaria para casa e dormiria sem conversar com ninguém ou mesmo postar em uma rede social. Parece desesperador, não é? Ninguém aguentaria, a não ser que tivesse feito um severo voto de silêncio.

Agora, não podemos esquecer também um detalhe muito importante: quando ouvimos uma história, nós vivemos todos os acontecimentos como se fôssemos os personagens. O nosso cérebro não percebe a diferença. Todas as emoções que nós sentimos ao escutar uma narrativa, o medo, a ansiedade, quando achamos engraçado, quando sentimos alívio, quando torcemos, tudo é experimentado como se fosse de verdade.

Quando gostamos da história, quando ela é realmente boa, somos capazes de chorar se for triste, de comemorar se for alegre, de passar por tudo como se fosse real, como se pertencesse à nossa própria experiência de vida. E depois nos lembramos disso por muito tempo, em detalhes até.

Por isso, é tão importante que saibamos contar histórias. Porque elas não só interessam a todos nós, como também nos aproximam uns dos outros, criando conexões profundas, duradouras e, portanto, significativas.

Ninguém se esquece de algo que vivenciou com emoção. Nós deixamos de lembrar muito facilmente dados que temos que decorar, mas guardamos por muito tempo tudo aquilo que sentimos. Através das histórias você pode passar os conteúdos mais complexos que, ainda assim, as pessoas se lembrarão por muito tempo.

Se este é o seu objetivo na vida ou no trabalho, criar intimidade, confiança, fazer com as pessoas se lembrem de você ou do que você disse por muito tempo e de modo afetivo, é fundamental que você conheça todo este processo para poder fazer bom uso dele.

Sim, porque uma história bem contada pode fazer um efeito incrível, mas por outro lado, se você não souber dispor deste conhecimento, o efeito pode ser contrário: as pessoas se lembrarão por muito tempo do que você fez de errado.

No curso Ahaze! você vai aprender:

– a se colocar com segurança diante de uma ou mais pessoas,

– a montar um roteiro eficiente, definindo objetivos e escolhendo quais informações  passar e quais deixar de fora,

– a administrar o seu tempo de fala,

– a fazer o seu ouvinte se disponibilizar para ouvi-lo,

– e, principalmente, a dosar a intimidade que você quer provocar.

Assim, você vai obter resultados muito melhores em muito menos tempo, pois vai encurtar as distâncias entre você e seu cliente, seu grupo de trabalho, seus líderes ou subordinados. As pessoas vão gostar de estar com você e estarão abertas a ouvir e a validar o que você tem a dizer.

 

 

 

 

 

 

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.