Para se conseguir uma boa conexão com as pessoas é necessário estabelecer com elas uma relação de confiança. E para isso é preciso que você seja verdadeiro em todas as falas e imagens que criar durante uma apresentação.

Eu explico o que quero dizer com isso.

Pare um pouco e observe que a realidade de fato é impossível de ser capturada. A única coisa que podemos fazer é lidar com a visão que cada um tem dessa realidade. Quando acontece alguma coisa, só podemos contar com o depoimento de testemunhas e procurar reconstruir um evento com o maior número de detalhes. Isso é o que nos dará uma noção mais aproximada do que seria essa realidade. É assim com as reportagens da imprensa, com os julgamentos e com várias histórias que compartilhamos no nosso trabalho ou na nossa vida particular. Como dizia Anais Nin: “Não existem os fatos, só a nossa versão deles.”

Quer ver? Experimente se lembrar das coisas que você gostava de fazer quando era criança. Você pode ter pensado na casa dos seus avós, na rua onde brincava, na sua escola, no seu quarto. Se, por acaso, você teve a oportunidade de revisitar esses lugares, muito provavelmente ficou decepcionado ao perceber que a casa dos seus avós não era assim tão grande, nem seu quarto ou sua escola.

Talvez nem tudo pareça hoje tão mágico quanto era naquela época. Mas isso não importa. Não quer dizer que o que você viveu não foi real, pois foi real para você. Foi dessa forma que sentiu, portanto é a sua verdade.

A mesma coisa acontece no encontro presencial. A plateia quer saber o que é verdade para você. E se você for convincente, se estiver realmente acreditando no que está dizendo, todos acreditarão também. Caso contrário, a magia não vai acontecer.

Mas e se eu tiver que falar de coisas em que não acredito totalmente?

Neste caso, você terá que encontrar pelo menos um ponto de interesse pessoal, algo que o faça sentir empolgado. E então, deverá fazer esse sentimento crescer e se espalhar por toda a sua apresentação. Escolha um detalhe, um viés por onde você possa entrar de maneira pessoal. Se for necessário, mexa no roteiro, altere a ordem dos seus argumentos.

Todo texto de apresentação é uma massa que você pode modelar como quiser. Existem mil e uma maneiras de se dizer uma coisa, seja ela qual for. Encontre uma que se aproxime ao máximo do que você sente. Nunca fale algo que você apenas acha que deva ser falado. Fale o que você acredita que deva ser falado, traga o texto para dentro de você.

No dia a dia, nem sempre podemos falar abertamente o que se passa na nossa mente ou no nosso coração. Mas, quando você estiver se apresentando e quiser obter um bom resultado, quando quiser que alguém o acompanhe em uma ideia ou projeto, seja sincero e apresente a sua verdade. Abra o peito e projete a sua paixão honestamente.

Depois, se necessário, feche a comporta e guarde tudo até o próximo momento de fazer isso de novo. Fique tranquilo que, assim, você não estará correndo nenhum perigo de se expor ou de ser inadequado.

Saiba que o bom deste método, é que para conseguir encontrar essa verdade interior, você iniciará um processo contínuo e efetivo de autoconhecimento. Aos poucos, naturalmente, passará a se expressar de maneira mais clara, mais franca. E não há quem não goste disso. Você verá que a sua plateia irá segui-lo sem resistência. E todos, você inclusive, sentirão um imenso prazer nesse processo.

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.