Neste post você irá conhecer Guilherme Parente, executivo na área de tecnologia há mais de uma década e que nos últimos anos tem se tornado também empreendedor.

Guilherme nunca se sentiu pleno trabalhando no mercado corporativo. Apesar da ampla experiência e da visão de negócio que adquiriu nesse caminho, sabia que precisava trilhar algo diferente. Diferente no sentido de fugir da lógica vigente pautada exclusivamente no lucro,  no crescimento de curto prazo e pouco sustentável.

Sentia que precisava criar um negócio alinhado aos seus valores e com propósito. Mas não só isso. Teria que ser um negócio de impacto, que pudesse mesmo mudar o mundo. Um negócio que ganhasse escala e velocidade rapidamente e fosse capaz reinventar processos, relações. Que fosse inovador e fizesse a ponte com o futuro e com a nova economia.

Foi então que se conectou ao ENACT, programa para empreendedores rebeldes e criou o Apptite. Nesse bate-papo, ele conta o que o levou a tomar a decisão e a criar um negócio do futuro!


1) Conte como começou sua história como empreendedor e porque decidiu ir por esse caminho 😉

Sou economista de formação e possuo um master em Marketing pela EADA de Barcelona. Venho trabalhando no mercado de tecnologia há 12 anos, passei por Vendas, Marketing, Finanças e, atualmente, sou o Head Global de Market Intelligence da Telefônica. Tive a oportunidade de trabalhar e estudar em 5 países diferentes.

Sempre fui muito inquieto e nunca me senti pleno trabalhando somente no mercado corporativo, mesmo tendo tido oportunidades de trabalhar em áreas, segmentos e países diferentes.

A experiência na área de tecnologia em grandes empresas me deu muito preparo e visão de negócio, mas sempre senti falta de um propósito maior, de trabalhar com algo mais alinhado aos meu valores e que me permitisse testar com mais intensidade e velocidade as minhas habilidades.

Pensando nisso, comecei a empreender em paralelo há pouco mais de 3 anos. Participei da criação do DNA Plus que hoje tem mais de 100 mil clientes no Brasil e recentemente cofundei o Apptite, a partir da vivência no curso para empreendedores do futuro, o ENACT.

2) Como empreendedor, qual impacto você quer gerar no mundo?

Acredito muito num mundo em que as pessoas possam expressar os seus talentos de uma forma mais fluída e flexível, sem a necessidade de estar preso a uma CARREIRA PROFISSIONAL para a vida toda! Vejo que o mundo do futuro muito provavelmente irá exigir das pessoas a habilidade de serem transversais, saber agregar e utilizar conhecimentos de diferentes áreas.

E o Apptite vai justamente nesta linha, pois oferece uma oportunidade para Chefs ou Cozinheiros talentosos entrarem ou voltarem para o mercado de forma rápida e inovadora, com total flexibilidade de horário e sem a necessidade de um compromisso de longo prazo.

3) Como você avalia seu grau de tolerância ao risco?

Acho que o risco faz parte do espírito empreendedor, é o que nos impulsiona a criar coisas novas. Gosto de me arriscar e, se for preciso, começar de novo.

4) Qual característica você considera fundamental para um líder inspirador, que queira quebrar paradigmas e criar negócios extremamente inovadores?

O líder precisa ter paixão pelo que faz acima de tudo. Mas para ter paixão, o combustível, o líder precisa entender qual é o seu propósito: entender quem ele é, seus pontos fortes e fracos, bem como qual é o futuro que quer criar ao empreender. Se ainda for carismático e visionário, ninguém segura.

Gosto muito da frase do Richard Branson, fundador do grupo Virgin e que criou a primeira empresa de viagens comerciais ao espaço: “Pare de tentar salvar o mundo, comece a reinventá-lo”.

5) O que mudaria na vida do seu cliente, usuário ou parceiro se seu negócio, o Apptite, deixasse de existir?

Para contextualizar, vou explicar o que é o Apptite: o Apptite é um marketplace de comida artesanal. Na prática, ele conecta Chefs e cozinheiros às pessoas que apreciam uma comida feita com cuidado, ingredientes frescos e selecionados.

Objetivo do negócio é empoderar pessoas talentosas a usarem a própria cozinha e a se tornarem empreendedoras. Além disso, contribui para o desenvolvimento local, porque conecta pessoas e serviços dentro de uma região. Tudo isso a partir de um aplicativo. No momento,  esse mercado virtual acontece em São Paulo, mas iremos expandir para outras cidades a partir de julho deste ano.

Assim, do ponto de vista do cliente, vejo que pessoas deixariam de ter uma opção muito legal para comer bem, com muita diversidade de pratos, todos feitos com cuidado e ingredientes frescos e a um preço justo. Além disso, acredito que apesar do Apptite utilizar a tecnologia, ele possui um fator humano importante.

Ao conectar pessoas da mesma região, ele volta a estimular aquelas relações de vizinhança. Imagine que com o Apptite é possível interagir com esses chefs e cozinheiros, estabelecendo uma relação de parceria mesmo, de cuidado. Esse contato é algo que perdemos muito nos centros urbanos. Essa no fundo, seria a maior perda se o apptite deixasse de existir.

Além disso, acredito que o Apptite também é importante para os chefs e cozinheiros, pois abre uma porta para que desenvolvam um negócio, da cozinha da própria casa. Muitas pessoas ficam presas a uma ideia de negócio, mas não a colocam em prática por acharem que abrir um negócio demanda muitos recursos – e não deixam de ter razão.

Acredito que o Apptite exista exatamente para vencer essa barreira e estimular esse microempreendedores a colocarem a mão na massa com poucos recursos. E negócios do futuro são assim, precisam ser testados rapidamente para que também possam crescer com maior velocidade.

6) Quantas vezes você desconstruiu e reconstruiu seu modelo ou ideia de negócio, no caso o Apptite?

Antes de conhecer o ENACT, já tinha a ideia central do que seria o Apptite. Mas a formatação, a proposta de valor aos Clientes e aos Chefs, bem como o modelo de negócio (a forma como geramos receita), aconteceu durante o ENACT. E agora que já estamos efetivamente no mercado, rodando, sabemos que mais mudanças serão necessárias.

A grande questão é que os negócios daqui para frente ganharão cada vez mais velocidade. Então, para quem pretende empreender pensando no futuro, ter apego ao negócio, a uma ideia cada vez faz menos sentido. É preciso constantemente revisitar o modelo de negócio, entender o que funciona e que não funciona e reconstruir rapidamente de acordo com as necessidades do mercado, mas principalmente, com o que seus clientes precisam. Se for necessário, desconstuo e reconstruo o meu modelo de negócio.

7) Como o ENACT te ajudou a se tornar o empreendedor que é hoje?

O ENACT me ajudou muito na parte ferramental e inspiracional, principalmente. Mesmo tendo uma base muito sólida em negócios, as dinâmicas e exercícios práticos aplicados no programa me ajudaram a construir um plano de negócio consistente com muita velocidade. Consegui sair do mundo das ideias, testar e validar o meu negócio. O convívio com os facilitadores – muitos deles brilhantes – e demais participantes, me encheram de energia, confiança e perseverança para fazer o Apptite acontecer!


Foto Guilherme (Linkedin)Guilherme Parente é economista de formação com master em Marketing pela EADA de Barcelona. Há mais de 12 anos atuando no mercado de tecnologia, atualmente é Head Global de Market Intelligence da Telefonica. Muito inquieto e mão na massa, não pensou duas vezes em se tornar empreendedor. Cofundou o DNA Plus que hoje tem mais de 100 mil clientes no Brasil e recentemente iniciou sua jornada no Apptite.

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.