Imagine a seguinte cena: você tem uma ideia incrível de um produto, serviço ou negócio que irá revolucionar a vida das pessoas. Essa ideia é tão boa que você resolve levá-la para frente, passa meses desenvolvendo-a, dando forma, criando site, marca, procurando o lugar certo para montar seu negócio, fornecedores, investindo tempo, dinheiro e todos seus recursos.

Afinal se a ideia é matadora e você está deixando-a perfeita, é certeza que vai dar certo, não é mesmo? Então o desastre acontece: quando você finalmente leva a sua ideia para o mercado, descobre que a ideia não era tão genial assim, não aparecem pessoas fazendo fila na porta e lá se foram rios de dinheiro perdido.

Apesar de termos criado um cenário bem catastrófico, por inúmeras vezes, empreendedores quebram a cara na hora de abrirem seu negócio, porque ou demoraram demais para entrar no mercado ou porque não tinham a noção exata do que seus clientes de fato precisam. Empresas já consolidadas também sofrem desse mal, lançando produtos que ficam encalhados nas prateleiras.

E se dissermos que é possível validar a sua ideia rapidamente, deixando-a “redonda”, antes mesmo de você colocá-la em prática e investir dinheiro?

Conheça a Prototipação no Design Thinking!

O termo vem do grego prótos (= primeiro) e typos (tipo), o que, numa tradução quase literal, significa primeiro tipo ou primeiro modelo. Prototipação no Design Thinking, nada mais é do que trazer nossas ideias para o mundo físico.  A representação primária de uma ideia. É a possibilidade de se errar quantas vezes for necessário e com agilidade antes do produto ou serviço final.

Prototipação no Design Thinking é para ser rápido, sujo e barato. Não tem que ficar bonito, não tem que durar para sempre.

Por que é importante prototipar?

O importante mesmo é mostrar como as pessoas irão interagir com o conceito que estamos projetando e criar uma sensação para entender se a sua ideia realmente faz sentido. Quando dizemos rápido, sujo e barato, é porque você precisa perder o mínimo de tempo possível, não precisa ser esteticamente agradável e deve consumir a menor quantidade de recursos possíveis.

Até uma criança deve ser capaz de criar um protótipo. Sério:

Vale ressaltar que o processo deve ser rápido, sujo e barato, porém o produto ou serviço final pode ser extremamente sofisticado. Um exemplo disso é o Google Glass, cujo primeiro protótipo foi algo assim:

Protótipo Google Glass

Primeiro protótipo do Google Glass

Para testar a funcionalidade de inteminority-reportração do produto com o uso das mãos como vemos no filme Minority Report, a equipe de desenvolvimento criou um protótipo bastante rudimentar, ligando elásticos às mãos, que, por consequência, estavam ligados a uma caneta e ao um passador de slides.

Assim, a cada movimento das mãos, o elástico conseguia acionar a passagem de tela, sendo possível ter a sensação de mudar a imagem com as mãos como mostra o desenho abaixo:

Protótipo-Rudimentar

Protótipo Rudimentar

O próprio formato do produto também foi bastante discutido e, quando entenderam que a melhor forma seria de fato um óculos, Tom Chi, desenvolvedor responsável, criou o primeiro protótipo mais simples possível. O protótipo foi basicamente um par de óculos onde foram acoplados alguns itens:

Protótipo-Google-Glass-Tom-Chi

Protótipo de par de óculos, feito por Tom Chi

Com esse protótipo, foi possível testar o conforto de se usar um par de óculos-simulador e como poderia ser o formato e peso. Para saber mais sobre essa história, confira o TED do Tom Chi:

Outro exemplo bem bacana de Prototipação no Design Thinking está relacionado a um aspirador de pó. Isso mesmo, James Dyson, fundador da Dyson Company, criou 5.126 protótipos para tirar do papel um aspirador revolucionário – e multimilionário. Massa não é mesmo?

Por que o protótipo é tão importante para qualquer projeto de inovação?

Para que você entenda melhor porque o Design Thinking preza tanto a prototipagem, sendo inclusive uma de suas fases, abaixo elencamos 5 motivos que justificam usar a prototipagem como uma ferramenta poderosa para validade qualquer ideia:

  1. Materializa a sua ideia para as pessoas: quando você cria um protótipo e leva para teste, as pessoas conseguem tocar, sentir, usar o seu produto ou serviço, ao mesmo tempo que você também vê e aprende como as pessoas interagem com a sua ideia e rapidamente identifica os pontos fortes e fracos;
  2. Processo constante de feedback: até chegar no produto final, com certeza você criará vários protótipos. A Prototipação no Design Thinking permite que você incorpore  rapidamente as opiniões e insights da versão anterior e leve novamente para testar, bem como permite que você teste algumas características do seu produto isoladamente;
  3. Reduz riscos, diminui investimento: pela prototipação no Design Thinking, enxergamos muitos erros antes de lançar o produto final, o que, além de ser um ganho de tempo, gera uma economia enorme de recursos, amenizando riscos.
  4. Aprendendo desde o início: já a partir do primeiro protótipo, é possível aprender mais sobre a sua ideia e como ela irá impactar de fato a vida das pessoas, acelerando insights relevantes para o seu projeto.
  5. Ideia vira solução: depois de prototipar diversas vezes, o que era ideia vira solução, pois você realmente entendeu as necessidades das pessoas e resolve efetivamente os problemas dos seus clientes.

Tire as ideias da sua cabeça e as coloque no mundo real

Do Google para uma criança, qualquer um pode realizar a prototipação no Design Thinking. Aliás, se for notar, nós seres humanos somos um protótipo de nós mesmos.

O processo de evolução foi mostrando o que dava certo e o que dava errado. O homo sapiens de certa forma é o resultado de um protótipo mais adaptado à realidade.


Você parou para pensar que um copo também é um protótipo nº 23.349.121? Para o homem das cavernas ingerir líquidos era uma tarefa penosa, porque de início ou tomavam água com as mãos ou imitavam outros animais.

Não havia a opção de armazenar por exemplo. Com o tempo, passou-se a usar elementos da natureza como folhas, cascas, chifres e ossada de animais. Depois foi-se evoluindo, descobriu-se o barro, vidro, porcelana… mas lá se foram milhares de anos prototipando o que seria hoje um copo:

Copo-de-vidro

Copo de vidro

Copo: protótipo nº 23.349.121 da História 😉

Do mesmo modo a arquitetura já prototipa há séculos com o propósito de criar espaços que gerem experiências, um arquiteto faz muitas maquetes para entender qual é a melhor maneira, estética e funcional, do uso do espaço, antes de erguer qualquer tijolo. Tudo isso para enxergar se não existe uma maneira mais fácil de fazer.

Então, tire as ideias da sua cabeça e as coloque no mundo real, experencie a prototipação Design Thinking!

Quer saber mais sobre Prototipação Design Thinking? Aproveite para baixar nosso eBook Design Thinking na Prática, onde você encontrará essa e todas as fases do Design Thinking, aprendendo, a partir de um novo modelo mental, como tornar realidade qualquer ideia. Baixe gratuitamente aqui!

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.