Em 1966, Charles Whitman matou sua esposa e sua mãe. Depois, subiu na Texas Towers, de onde matou mais 17 pessoas e feriu 41 outras.
Para descobrir os motivos dessas mortes sem sentido, o governador do Texas, John Connally, pediu ao psiquiatra Dr. Stuart Brown para fazer parte da Força-Tarefa de Apuração de Fatos como psiquiatra consultor para o caso.
A descoberta
O pai de Charles Whitman era um homem autoritário, abusando dele e privando-o de brincar durante a infância.
Intrigado com esta descoberta, o Dr. Stuart passou a estudar a importância da brincadeira em jovens do sexo masculino, entrevistando oito mil participantes.
A conclusão
Stuart concluiu que as pessoas que tinham a oportunidade de brincar ao longo de suas vidas geralmente eram bem-sucedidas; já as que eram privadas de brincadeiras sofriam com consequências perigosas a longo prazo.
Além de ajudar na prevenção de crimes, o brincar é popular no mundo do design e da inovação porque:
- Ajuda-nos a ser mais criativos,
- Reduz o desenvolvimento de preconceitos e
- Ajuda-nos a estar abertos à experimentação.
Nada de novo que tentamos começa com 100% de confiança. Portanto, quando estamos criando novas soluções e novas formas de fazer negócios, precisamos nos abrir para o brincar, a fim de fazer a criatividade e a inovação fluírem.
Como o Dr. Stuart Brown menciona em seu livro: “Quando paramos com as brincadeiras, paramos de nos desenvolver e, quando isso acontece, as leis da entropia assumem o controle – as coisas desmoronam.”
Frequentemente, tendemos a bloquear as “brincadeiras” nos negócios porque isso pode nos direcionar à tolice ou à perda de tempo. No entanto, quando perdemos a capacidade de brincar, também podemos perder a capacidade de exercitar os fatores que contribuem para a criatividade e a inovação.
Na vida e nos negócios, “quando paramos de brincar, começamos a morrer”, afirma Dr. Stuart Brown em seu livro PLAY.
Confira a seguir algumas recomendações de Brendan Boyle, parceiro da Ideo e professor da D.School, que co-organizou o curso PLAY com Dr. Stuart Brown (ambos oferecem o curso PLAY na D.School em Stanford).
Brendan recomenda que a melhor maneira de começar a estimular as brincadeiras é por meio dos valores e práticas da empresa. Trata-se de mudar a cultura empresarial.
- Aprenda com o fracasso
Fracassar rapidamente para ter sucesso mais cedo é um dos mantras da Ideo; você também precisa fazer uma “autópsia da falha” para que possa melhorar.
Outra dica é recorrer a “gostos” e “desejos”. Em nossos cursos (também aprendidos com a D.School), sempre terminamos com uma sessão de “gosto, desejo”, em que aprendemos com nossos clientes (participantes) o que funcionou e o que poderia ser melhor.
- Fale menos e faça mais
Não pense demais; comece a fazer. O pensamento pode acontecer em todo o corpo, não apenas no cérebro; portanto, criar protótipos e executar coisas é benéfico. Um protótipo também pode criar engajamento, o que é crucial na implementação de mudanças.
- Colabore
Pergunte, co-crie e se envolva. Certifique-se de fazer com que os outros também se sintam bem-sucedidos.
- Seja otimista
Há uma grande diferença entre ser infantil e jovial. Ser otimista e brincalhão não significa que não se possa ser sério.
Em nossos workshops de Design Thinking, às vezes vejo alguns rostos horrorizados quando começamos um treino criativo (e divertido).
A princípio, pode parecer bobo, pois você precisa se mostrar vulnerável. Mesmo assim, depois de um tempo, os que ficaram mais preocupados são os que mais se engajam e gostam de brincar.
É quando a mágica acontece. As pessoas começam a se abrir, a ter mais empatia, a ser mais experimentais e a criar soluções incríveis. Agora, sei que o que parece mágica é na verdade a evidência da importância de brincar.
A brincadeira é um gatilho para momentos de fluidez que são, contra-intuitivamente, muito produtivos e focados – precisamente o oposto do que normalmente se pensaria sobre esse processo.
Confira nossos cursos de Design Thinking e como eles podem ajudar você a liberar os melhores potenciais criativos de sua equipe.
* https: //www.pgpedia.com/b/stuart-brown
http://www.nifplay.org/blog/play-deprivation-a-leading-indicator-for-mass-murder/