2021 chegou e o mundo se tornou um lugar muito diferente. Como navegamos neste novo cenário? Aqui na Echos, acreditamos em empoderar as pessoas para projetarem futuros desejáveis. Para muitos de nós, tomar decisões para criar novos futuros pode parecer difícil, já que o mundo parece instável e incerto.

Para ajudar neste avanço, precisamos criar de diferentes formas de pensar sobre o futuro emergente e adquirir novas habilidades que nos ajudem a chegar lá. É aqui que os métodos que formam a prática do design thinking podem nos ajudar a construir um mundo novo e melhor.

Um mundo pós-VUCA

Primeiro, precisamos entender de que maneiras nossa percepção do mundo está mudando. O futurista Jamais Cascio sugeriu recentemente que precisamos de uma nova sigla para descrever nosso mundo pós-pandêmico. Até recentemente, grande parte do mundo abraçou uma sigla que foi tomada emprestada do exército na era da guerra fria — VUCA. A sigla significa Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo. Esta sigla foi amplamente adotada em empresas para orientar processos ágeis e atuar como uma estrutura para a criação de sentido.

Em 2020, a pandemia mudou as coisas para sempre. A maneira como criamos significado em um mundo emergente mudou. Ver o mundo como uma série de ameaças que podem ser manobradas taticamente começou a perder relevância. O VUCA existia para trazer sentido a um mundo complexo. O mundo de hoje é caótico. Cascio sugeriu uma nova estrutura, o BANI, para substituir o VUCA e criar um senso de esperança e empoderamento.

O novo acrônimo, BANI, pode ser dividido da seguinte forma:

  • B — Brittle (Frágil): fácil de quebrar, sujeito a um fracasso total e repentino. Para lidar com a fragilidade precisamos de resiliência e colaboração.
  • A — Anxious (Ansioso): medo de que qualquer escolha que façamos possa ser a errada. Uma forma de lidar com a ansiedade é a empatia e o mindfulness.
  • N — Nonlinear (Não linear): desconexão entre causa e efeito no tempo, proporção, percepção. Se algo não é linear, exige contexto e adaptabilidade.
  • I — Incomprehensible (Incompreensível): extremamente difícil, se não impossível, de entender. Se algo é incompreensível, exige transparência e intuição.

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Como navegar em um mundo BANI

Fazer com que pessoas e negócios evoluam nesse contexto vai exigir que eles se movimentem e se comportem de forma diferente no mundo. Também precisaremos entender quais habilidades nos beneficiarão à medida que procuramos evoluir.

As habilidades necessárias para navegar em um mundo BANI descritas no infográfico acima também são competências fundamentais da abordagem do design thinking. As seguintes habilidades de design thinking serão cada vez mais importantes para resolver problemas e avançar para novos futuros desejáveis:

  • Promover uma mentalidade de crescimento
  • Praticar empatia
  • Adaptabilidade
  • Coragem para imaginar

As relações entre os processos de design thinking listados acima e as habilidades necessárias no mundo pós-pandêmico são exploradas com mais detalhes abaixo:

 Empatia

Design Thinking é uma abordagem centrada nos seres humanos que cria profunda conexão com os usuários para entender suas necessidades, comportamentos e desejos. Este enfoque ajuda as empresas a entender o que é mais importante para os usuários ao desenvolver um novo produto, serviço ou negócio. Isso significa que a empatia deve ser usada para ver o mundo do ponto de vista do cliente ou do usuário. Aprender a criar e aplicar empatia da fase de pesquisa até a conclusão de um protótipo é fundamental para recriar produtos e serviços neste novo mundo.

Mentalidade de crescimento

O termo “mentalidade de crescimento” foi cunhado pela Dra. Carol Dweck, que afirmou: “Pessoas com uma mentalidade de crescimento, acreditam que suas habilidades mais básicas podem ser desenvolvidas por dedicação e trabalho duro — cérebros e talentos são apenas o ponto de partida. Essa visão cria um amor pela aprendizagem e uma resiliência que é essencial para uma grande realização.”

O Design Thinking incentiva uma mentalidade crescimento por meio do processo de experimentação e teste rápido de ideias. A prática de experimentação nos ajuda a considerar o fracasso não como algo a evitar, mas como parte de um processo. É uma oportunidade de aprendizagem para continuar melhorando produtos e serviços, com o objetivo de criar algo que é desejado pelos usuários. Falhar de maneira rápida nas iterações permite que as equipes encontrem soluções que funcionam. Para inovar radicalmente, devemos estar dispostos a falhar.

Adaptabilidade

Quando confrontados com a incerteza no contexto da inovação, os experimentos são a melhor maneira de entender e se adaptar rapidamente a novos contextos. Experimentos mitigam os riscos por meio do teste de hipóteses para alcançar uma solução para os clientes e posteriormente um mercado para os produtos. O Design thinking é um processo iterativo que abrange a experimentação para testar nossas suposições. Ele nos convida a nos esforçarmos para gerar um resultado de valor, e não apenas um resultado previsível.

Coragem para imaginar

O Design thinking nos convida a libertar o potencial criativo de um negócio por meio da superação de medos que bloqueiam a criatividade. Ele propõe a geração de um ambiente de confiança no qual uma equipe se sente confortável em compartilhar ideias. 

O poder da descoberta

A parte mais importante de aprender novas habilidades para um mundo BANI é a possibilidade de aplicá-las na prática. Se o mundo para o qual estamos caminhando requer novas perspectivas, a melhor maneira de criá-las é por meio do processo prático. Uma das partes mais importantes do design thinking como prática é a aplicação da empatia e do aprendizado da pesquisa de campo e a transformação disso em um desafio de design. Essa parte do processo é chamada de fase de descoberta. É aqui que as equipes conversam com as pessoas e observam seu comportamento. Esse processo estimula a criação novas maneiras de ver o problema que estão tentando resolver.

É quando a aprendizagem mais profunda ocorre e o momento em que a criação de sentido se torna importante. Se o mundo para o qual estamos caminhando não é linear, precisamos ser capazes de pensar lateralmente e descobrir novas conexões emergentes.

O Poder do Fracasso

Se o mundo de acordo com o BANI inclui o incompreensível como um de seus principais pilares, então aceitar o fracasso precisa ser algo natural. Em um mundo dissociado do design thinking, tendemos a nos culpar pelos fracassos. Isso se associa ao medo de compartilharmos novos pensamentos ou ideias por receio de sermos julgados.

Esse comportamento é limitante, fazendo com que se percam oportunidades de contribuir e colaborar. No entanto, em um mundo que abraça as metodologias de design thinking, discutir aprendizagens geradas a partir de falhas ajuda a nos voltarmos para melhores soluções. As soluções tendem a evoluir quando as equipes recebem e aceitam feedback. Essas grandes transformações criam mudanças pessoais dentro dos indivíduos à medida que eles aprendem com falhas e feedbacks. Os membros de uma equipe se tornam mais corajosos, arriscam, pedem feedback, cometem erros e aprendem com eles. Em um mundo BANI, humildade e vulnerabilidade são muito importantes para resolver os problemas complexos que estão por vir

Saiba mais

O último lançamento da Echos é o Design Thinking Online, uma experiência de aprendizagem auto-orientada que ensina as habilidades necessárias para um mundo pós-pandêmico. Ele oferece a nossa experiência e aprendizados de dez anos no ensino dessas metodologias. Ao longo desses dez anos, desenvolvemos equipes de inovadores no mundo todo. Novas mentalidades e habilidades são necessárias para criar novas indústrias para o novo normal de 2021. Saiba mais aqui ou entre em contato para respondermos suas perguntas. Junte-se a nós no Design Thinking Online em 2021!

Nayara Borges

Nayara se junta à equipe da Echos como designer instrucional e facilitadora de experiências de aprendizagem, usando o design como um catalisador para a transformação. Com uma carreira dedicada à educação, desenvolvimento humano, cultura e inovação social, Nayara já fez parte de empresas e projetos nacionais e internacionais. Em sua carreira multidisciplinar, atuou em empresas de consultoria em inovação e liderança, onde esteve envolvida em projetos e treinamentos para empresas como EDP, Parker, Magazine Luiza, entre outras. Ela também teve contato profundo com uma realidade empresarial, facilitando programas de aceleração de negócios sociais e orientando empresários no Alterna Impact, um centro de inovação na Guatemala. Em seu desejo de conhecer as ideias inovadoras emergentes em torno da educação, ela fez uma jornada de um ano, visitando programas e iniciativas educacionais disruptivas na América Latina. Como empreendedora e entusiasta da educação, ela conduz workshops sobre comunicação não violenta para educadores.
Graduada em Farmácia pela FCFRP / USP e mestre em Globalização e Cultura pela FESP / SP com especialização em facilitação pelo Instituto Ecossocial.
O que a move é a possibilidade de causar um impacto positivo na sociedade. Ela adora dançar, fotografar e ouvir as histórias das pessoas.