Pensar sobre o futuro é um conceito muito abstrato. Porque devemos investir nosso tempo pensando sobre algo que não podemos controlar? Ou nos planejar para coisas que podem nem acontecer? Em outras palavras, porque devemos pensar sobre projetar nossos futuros?
Porque se não projetarmos nós mesmos, alguém fará isso por nós.
Quando nós falamos que alguém fará isso, a quem estamos nos referindo? Podem ser grandes empresas, o governo ou indústrias globais. Se não pensarmos sobre os movimentos de grandes e influentes instituições que estão tomando decisões em nosso nome, então estamos perdendo grandes oportunidades.
Quando falamos pensar sobre o futuro, o que queremos dizer? Pensar sobre o futuro não é sobre tentar controlar ou planejar ações exatas. Isso não é possível. Mas é possível explorar diferentes possibilidades que resultam em criar novos sistemas e mudanças culturais.
Quando o CEO e Cofundador da Echos Ricardo Ruffo facilita nosso curso Designing Desirable Futures ele faz a seguinte pergunta: “O que você fez nos últimos cinco anos para estar aqui nesse exato momento? Você previu esse momento ou não?”
A resposta é parecida a cada vez, 75% das pessoas na sala dizem que não e 25% dizem que sim, talvez. Não é possível prever exatamente onde nós estaremos em 5 anos, mas é possível saber quais as suas intenções para o futuro. Entender o que nos motiva em um nível pessoal e profissional ajuda e nos guiar na direção certa toda vez que precisamos tomar uma decisão.
Os Passos Práticos Adiante
É importante pensar sobre o futuro não como um exercício teórico, mas como um conjunto de passos práticos que alguém toma a cada dia.
Para entender como isso funciona na prática Ricardo costuma compartilhar uma história de sua vida: “Eu nunca pensei que eu estaria na Austrália 10 anos atrás. Entretanto, eu tinha a intenção de transformar a Echos em uma empresa global. Eu tinha a missão de ir além do que estávamos fazendo no Brasil e ver como poderíamos crescer na cena global.”
“Meu futuro preferível foi alcançado não por saber exatamente onde e quando a tração global iria acontecer. Invés disso criei uma visão e um propósito para me permitir ver como eu poderia expandir além da minha realidade atual. Então quando as oportunidades vieram nós permitimos que a Echos crescesse na empresa global que é hoje.
Os passos que tomamos hoje são o que cria nosso futuro. Mantenha suas intenções focadas e o caminho a seguir se tornará claro.
“O que eu aprendi ao longo de todos esses anos, é que você deve esperar o inesperado. Viva a sua vida baseando-se nos seus interesses e curiosidade e esqueça o que é normal para você. Não viva sua vida procurando por respostas, não existem respostas certas. Mas há lições se você se abrir para aprender sobre o mundo, você mesmo e estender o que for possível para além da sua realidade imediata.” Ricardo Ruffo, CEO e Cofundador da Echos.
Encontrando Inspiração em Futuristas
Quando estiver projetando um novo futuro para sua organização em um nível pessoal, pode parecer assustador, por onde eu começo? É importante buscar inspiração em pessoas que dedicaram suas vidas para desenvolver frameworks e sistemas para projetar futuros possíveis.
Aqui estão alguns grandes pensadores que estão trabalhando projetando sistemas que beneficiam a humanidade:
Genevieve Bell é uma Australiana que deixou o Vale do Silício e hoje trabalha na ANU em Camberra. Ela é uma antropóloga cultural, tecnóloga e futurista mais conhecida por seu trabalho na interseção de práticas culturais e desenvolvimento de tecnologia. Genevieve estabeleceu o Instituto 3A em setembro de 2017 na ANU em colaboração com o CSIRO’s Data61 com a missão de gerenciar eticamente o impacto da inteligência artificial (IA) na humanidade através de um melhor design e gerenciamento da tecnologia.
Amy Webby é estadunidense e trabalha na vanguarda da previsão estratégica, uma disciplina que organizações usam para colher e processar informação sobre o futuro do seu ambiente de negócios. Amy desenvolveu diversas estruturas e modelos comumente usados que ajudam organizações a olhar para tendências atuais e entender como elas podem se desenvolver no futuro. Ela também possui interesse em garantir que o futuro da IA não fique somente nas mãos das grandes e poucas empresas de tecnologia. Ela acredita que a IA pode ser uma força para o bem, se usada corretamente.
Jeremy Rifkin é um escritor e pensador focado no futuro. Ele escreveu um livro chamado ‘Zero Marginal Cost Society’ onde explora as possibilidades de como podemos recriar sociedades que operam mais igualitariamente. Rifkin acredita que no futuro a internet das coisas, energia “gratuita”, e o que ele chama de “os comuns colaborativos” tornarão praticamente tudo disponível por quase nada. Juntos, esses desenvolvimentos substituirão o capitalismo como o modelo econômico mundial.
É importante também olhar para as tendências do passado para nos ajudar a entender nossos futuros possíveis. Yuval Harari é um historiador que explorou como a humanidade pode continuar a evoluir e seu livro ‘Homo Deus’. Ele especula que ao menos que nós comecemos a planejar estrategicamente e intencionalmente nossos futuros, iremos continuar repetindo os mesmos erros do passado.
Cada um desses grandes pensadores não está planejando o futuro. Em vez disso eles estão explorando e projetando futuros possíveis. Eles não estão dizendo o que vai acontecer, mas o que é possível. Se nos tornarmos alinhados com nossos desejos e vontades para o futuro, virá a tona o que é possível, e isso nos ajudará guiando através das incógnitas obscuras diante de nós.
O momento de começar a pensar sobre o futuro é agora. Junte-se a nós imaginando o que é possível em nossa próxima experiência de Designing Desirable Futures. A hora de explorar é agora.