A pesquisa no Design Thinking é uma etapa muito importante para levantar insights, gerar conhecimento profundo sobre o desafio e e entender as reais necessidades das pessoas e todos os atores envolvidos neste sistema.

É o momento que saímos a campo para conversa, observar, provar e sair da zona de conforto. Mas ao sairmos à campo, temos uma série de dados levantados e outros tantos que queremos comprovar.

As pesquisas no design thinking se enquadram no tipo “qualitativa”, pois sua abordagem é muito mais interpretativa e continua,  com uma atividade mais interativa, pautada no contato das pessoas. Os procedimentos utilizados para realizar pesquisas qualitativas são do tipo etnográfico, envolvendo observação participante e entrevistas, levando em conta a história de vida das pessoas e sua visão de mundo, dentre muitas outras variáveis relacionadas à Sociologia e à Antropologia. Levantamos 8 tipos de procedimentos de pesquisa para você utilizar em seus projetos:

Entrevistas pessoais

As entrevistas pessoais podem e devem ser feitas para os diversos públicos envolvidos na sua pesquisa. As etapas mais importantes antes de entrevistar essas pessoas são:

1) Definir o Objetivo:

O que você quer investigar? Lembre-se sempre de se fazer essa pergunta na hora de definir seus objetivos e levantar os pontos a serem investigados.

2) Fazer um roteiro:

Você não vai sair perguntando para as pessoas sem antes produzir um belo e estruturado roteiro de pesquisa. É por isso que trouxemos uma forma lógica de montar roteiros avassaladores para sua investigação: a lógica do funil. Ela é relativamente simples: você começa fazendo perguntas mais amplas, e depois vai fazendo perguntas cada vez mais específicas.

Estudos de campo

Entender o contexto. Se você quer investigar o comportamento do consumidor em determinado ponto de venda (em um supermercado, por exemplo), então vá a esse ambiente antes de executar sua pesquisa. Observe suas nuances, seu formato, sua apresentação e tudo o que se passa nesse local. Familiarize-se e comece a perceber as primeiras evidências que o lugar mostra a você. Disposição de produtos, som, iluminação, logística, espaço, comunicação, atendimento e muitos outros elementos importantes a serem observados.

Diários de uso

Um registro diário de todas as atividades e comportamentos de um usuário, que você anota durante certo período de tempo. Uma das formas de se fazer isso é pedir para que o usuário vá registrando os diversos momentos com fotos e alguns textos, contando como foi toda a experiência dele com o objeto de pesquisa. Esse tipo de pesquisa ajuda principalmente na descoberta de usos alternativos, de potencialidades e problemas secundários. Coisas que passam despercebido, pois não nos atentamos aos detalhes do uso durante o dia.

 Construção de personas

Essa é uma ferramenta bastante usada para as áreas de marketing, mas aqui vamos sugerir que você crie uma persona com muito mais enfoque nos seus comportamentos, suas dores e seus objetivos. Você não precisa saber exatamente onde essa pessoa está, mas sim determinar pontos relacionados a seu comportamento, principalmente relacionados ao uso do seu produto. É claro que a base para montar essa ferramenta vai ser a pesquisa. Tente trazer frases reais ou insights da forma que eles foram falados pelo cliente. Quanto mais fiel, melhor será o uso desse tipo de pesquisa.

Mapeamento da jornada do usuário

Mais uma ferramenta muito interessante e rica em insights, que surge a partir de diversas outras pesquisas que falamos nesse capítulo, como entrevistas pessoais e análise do ambiente, por exemplo. A ideia de criar uma jornada do usuário serve para entender de forma mais ampla todos os acontecimentos que estão relacionados à compra ou ao uso do produto/serviço, não se restringindo somente ao ato em si, mas em toda a jornada – desde a descoberta da necessidade ou da intenção até muito depois do uso. É pensar de forma estruturada no começo, meio e fim do ciclo, colocando o usuário no centro

Teste de protótipo

Essa é uma forma de pesquisa mais avançada: geralmente você usa um teste de protótipo depois da fase de descoberta, entende como pode tentar resolver o problema e aí, antes de investir tempo e dinheiro criando sua solução, você gera um protótipo, um MVP (Mínimo Produto Viável) ou um teste de conceito, que você vai levar direto para seu cliente testar. O importante aqui é tentar tirar todas as informações possíveis. Observe como o indivíduo usa e como interage. Faça perguntas sobre como ele está se sentindo e se isso está atendendo bem às necessidades dele. Quanto mais dados você conseguir nesse teste, melhor ficará sua solução final.

Focus Groups

O modelo de pesquisa em Focus Groups é bastante famoso e um dos métodos mais utilizados. Trata-se de um formato de reunião de um grupo de pessoas – que pode variar entre 5 a 10 membros – para discutir sua visão e opinião sobre um determinado tema, a partir de estímulos e inputs de um moderador. Você pode usar os grupos de discussão para diversas fases e finalidades da sua pesquisa: Eles podem te ajudar no começo de tudo, quando você nem tem uma solução, mas quer entender

Formulário de Pesquisa

Você com certeza já deve até ter preenchido alguns formulários de pesquisa. É um modelo que também pode ser usado nas pesquisas de descoberta, mas vamos focar na validação. Após o uso do seu produto ou serviço, você pode enviar às pessoas um pequeno questionário sobre como foi a experiência de uso, com a possibilidade de atribuir notas a diferentes características. Dá até para medir o NPS (Net Promoter Score), um índice de 0 a 10 do quanto a pessoa indicaria sua solução para terceiros. Independente de você ter um produto digital ou físico, você pode mandar a pesquisa para os usuários e depois medir o quanto foi a satisfação e eficácia do uso

Dicas de aprofundamento:

Curso online:  Como fazer pesquisa: Processos de pesquisa para coletar insights

Curso presencial:  Making sense – Etnografia na Prática

 

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.