Se havia alguma dúvida de que o mundo das artes estava preparado para abraçar trabalhos de Inteligência Aritificial, elas caíram por terra. Depois do curta-metragem Sunspring – primeira produção do tipo totalmente escrita por uma inteligência artificial, as artes visuais também foram abarcadas pelas máquinas: o quadro Portrait of Edmond Belamy, criado por uma inteligência artificial desenvolvida pela Obvious, acaba de ser leiloado por $432.500 em uma famosa casa de leilão britânica, a Christie’s.

A Obvious, startup comandada por três franceses munidos com tecnologia, diz que seu objetivo com esta criação é expandir e democratizar a IA pelo mundo das artes. A criação leiloada faz parte de um conjunto de 11 peças de uma família nobre fictícia e corrobora com o slogan da Obvious: “Criatividade não é apenas para humanos”.

De acordo com o site da Christie’s, o algoritmo do sistema funciona da seguinte maneira: duas inteligências competem uma com a outra para desenvolver um trabalho melhor. No caso, um quadro. Enquanto uma rede analisa diversas pinturas coletadas de uma base de dados e, depois, gera cópias do que viu, outra avalia todos os quadros e tenta identificar qual foi feito pela máquina e qual foi pintado por um humano mesmo. E elas ficam nesse jogo até que a rede 1 apresente cópias que enganem a rede 2. Nesse processo todo, as redes programadas acabaram criando uma estética muito diferente dos quadros originais, apelidada no meio de GANism: são pinturas sem bordas muito definidas e com um pé no surrealismo.

 

Para aqueles que preveem um cenário apocalíptico com as máquinas alcançando a criatividade – algo que aparentemente nos diferenciava na competição por trabalhos, pode ficar tranquilo. Assim como afirmou o chefe da Christie, o cenário aponta apenas para uma tendência do futuro: máquinas criando conjuntamente com humanos.

“Haverá arte humana, haverá arte de inteligência artificial, mas também haverá um híbrido. Eu acho que é isso aponta a tendência de um futuro próximo. Existem artistas que sempre foram ótimos early adopters, Warhol adaptou serigrafia que veio de embalagens comerciais, fotógrafos utilizaram a câmera e pensaram que poderiam fazer coisas estranhas e maravilhosas com isso. Então eu acho que artistas humanos estarão trabalhando lado a lado com esse algoritmo e criando arte híbrida. Isso é apenas o começo e é tão fascinante o que vai ser criado”, disse ele.

 

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.