Basta uma breve conversa com um usuário da Apple para perceber que mais do que consumir os seus produtos, existe uma relação emocional com a marca. E quem conhece a história da empresa, sabe que nem sempre foi assim: ela já teve um período crítico de mais de uma década, época em que seu fundador Steve Jobs esteve afastado de suas atividades. Após voltar em 1997, ele utilizou princípios do Design Thinking para resgatar a empresa. Ao longo do tempo, isso fez a empresa crescer cada vez mais e cair na graça do consumidor. Esta semana, a incorporação do design na cultura da marca demonstrou seu maior resultado: a Apple se tornou a primeira empresa com capital aberto nos EUA a superar a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado. Mas segundo afirmou seu atual CEO Tim Cook, “resultados financeiros são simplesmente o produto da inovação da Apple”. E como que a empresa conseguiu incorporar a inovação em seus produtos e serviços ao longo de tantos anos? O site americano Designorate publicou um estudo sobre o caso e apresentamos aqui os principais pontos:

Design Thinking como combustível de inovação

A Apple é uma das empresas líderes no campo da inovação e isso não poderia ter acontecido sem que a empresa adotasse o design thinking. Tim Brown, presidente e CEO da IDEO, define o design thinking da seguinte forma: “uma abordagem de inovação centrada no ser humano que se baseia no design para integrar as necessidades das pessoas, as possibilidades da tecnologia e os requisitos para o sucesso do negócio.”

A definição de design thinking considerada pela IDEO e aqui na Echos prevê é possível alcançar a inovação por meio de três fatores principais:

Desejo do usuário. O produto deve satisfazer as necessidades do consumidor, solucionando problemas cotidianos por meio de um processo centrado no usuário. Isso pode ser conseguido através de uma profunda compreensão do usuário e através de um processo de design empático, que só pode ser alcançado colocando-se no lugar de nossos consumidores (usando ferramentas como um mapa de personalidade empática).

Viabilidade de mercado. Os produtos de sucesso exigem uma estratégia de marketing integrada que identifique o público-alvo e construa a marca do produto de acordo com ele. Ferramentas como business model canvas podem ajudar nossa compreensão do projeto e criar uma estratégia de negócios para ele. Além disso, ferramentas como a análise SWOT nos permitem entender os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças do produto especificado.

Possibilidade tecnológica. A tecnologia fornece ferramentas de última geração para os designers inovarem e criarem produtos que atendam às necessidades atuais. A tecnologia deve ser adotada no processo de desenvolvimento, incluindo o estágio de prototipagem, onde uma apresentação visual do produto é feita para a equipe.

Pense diferente!

Depois que Steve Jobs retornou à Apple em 1997 (após a aquisição da Apple, a NeXT), ele começou a aplicar os princípios de design thinking discutidos acima. Os pontos citados abaixo foram usados para formar a estratégia da Apple de 1997 até hoje. Steve Jobs aplicou o design thinking concentrando-se em:

  • Necessidades e desejos das pessoas, em vez de apenas nas necessidades do negócio
  • Praticando empatia com o usuário, o que fez as pessoas amarem os produtos da Apple
  • Priorizando o design à engenharia do produto; os projetistas consideram tanto a forma quanto a função do produto
  • Construindo produtos simples e fáceis de usar, em vez de produtos complexos e difíceis de usar

Os princípios citados acima podem ser claramente identificados em seus produtos. Enquanto outros concorrentes se concentram nos recursos e nas capacidades dos produtos, a Apple se concentra em uma experiência de usuário holística. Por exemplo, o iMac é conhecido por ser silencioso, ligar rapidamente, ter um sistema de som e um monitor de alta qualidade. Essa visão foi formada uma estratégia de desenvolvimento, que inclui:

Excelência em Execução

Nesta parte, Steve melhorou o processo de execução fechando 2 divisões, eliminando 70% dos novos produtos e concentrando-se nos produtos de maior potencial. Também fechou instalações para mover a fabricação para fora da empresa. A Apple também lançou um site para venda direta de seus produtos e começou a se interessar pelos materiais de seus produtos e por como eles são fabricados.

Estratégia de plataforma

A Apple diminuiu seu portfólio de produtos e deixou apenas aqueles que podem ser produzidos com muito mais rapidez. Além disso, a empresa priorizou produtos que exigem menos reparo e manutenção.

Envolvimento iterativo com o cliente

A experiência do consumidor passou a ser integrada nas etapas de design e desenvolvimento por meio da participação em testes de usabilidade. Além disso, o design das interfaces deve se concentrar na experiência do usuário.

Todas essas estratégias foram aplicadas desde a volta de Steve Jobs em 1997 e guiam as práticas e valores da empresa até os dias de hoje. Toda a inovação e foco no usuário permitiu que a empresa atingisse o tão significado valor de US$ 1 trilhão em valor de mercado, feito que nem uma outra empresa ocidental, incluindo os gigantes Google e Amazon, conseguiram alcançar.

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Fonte: Designorate

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.