Este é o segundo post da série Como o Design Thinking pode transformar a  Educação. No primeiro falei um pouco sobre o atual modelo educacional no qual há Alunos(as) nascidos no século XXI, lecionados por professores do século XX em uma estrutura do século XIX

Hoje irei falar sobre como educar em mundo que muda cada vez mais rápido. A inovação sempre fez parte da educação. No entanto, o ritmo no qual o mundo está mudando aumenta a complexidade de preparar os alunos(as) para o futuro. Em vista disso, a pesquisadora Cathy Davidson escreveu que 65% das crianças que entraram na escola primária em 2011 acabarão trabalhando em carreiras que ainda precisam ser definidas. Além disso, como ressaltou Richard Riley, ex-secretário de Educação dos EUA, os empregos de amanhã “exigirão que os trabalhadores usem tecnologias que ainda não foram inventadas para resolver problemas que ainda nem conhecemos como problemas”.

Entretanto, apesar de vivermos na era dos nativos digitais, vivemos na era da retomada do ser, e da importância de valores como colaboração, empatia e experiência centradas no ser humano tornam-se também, os valores da nova pedagogia.

Desse modo, para gerar uma inovação nos métodos de aprendizagem governos e escolas estão usando o método de Design Thinking na sua educação.

 O Design Thinking é uma abordagem que os educadores estão buscando cada vez mais como inspiração para estruturar projetos e promover essas habilidades de mudança. Esse método é tanto uma mentalidade quanto uma abordagem para gerar alternativas criativas por meio de técnicas antropológicas que se baseiam no comportamento humano, nas necessidades e nas preferências. Portanto, os educadores que buscam maneiras de melhorar os resultados de aprendizagem para os alunos obterem melhores resultados a partir do conhecimento, utilizando a abordagem centralizado nos alunos por meio de projetos e problemas reais. Pois, uma vez que os alunos recebem perguntas abertas, baseadas em desafios do mundo real, eles se sentem motivados a aprofundar, encontrar suas próprias respostas exclusivas a essas perguntas e reconhecer a diversidade de “respostas certas” que podem existir com certos tipos de problemas.

Assim, o aluno torna-se um agente de mudança – pessoas que redefinem problemas, inspiram novas ideias, assumem riscos e nunca param de aprender. Ele acaba sendo um protagonista da mudança.

O design thinking desenvolve soluções que visam melhorar o indivíduo e o todo, seja uma sala de aula, uma escola, uma comunidade ou uma sociedade utilizando o conhecimento do Design, o qual possui quatro mentalidades que normalmente o guia: centrada no ser humano, colaborativa, otimista e experimental. Os designers também costumam agir de uma maneira particular, seguindo um processo que os ajuda a gerar e desenvolver ideias, começando com a definição de problemas e empatia, usando a síntese e a prototipagem para desenvolver ideias estratégicas e terminando com a implementação. Desse modo, tornando todos os alunos (as) designres, permitindo – lhes o pensamento criativo e a resolução de problemas. Pensar e agir como designer e, por sua vez, empregar o design thinking são formas poderosas de incentivar as pessoas a se tornarem causadoras de mudanças na educação.

Essa mentalidade de design centrada no ser humano provavelmente ressoa nos educadores, já que a educação é uma atividade inerentemente centrada no ser humano. Mas, apesar de suas intenções centradas no ser humano, muitos educadores acham que permanecer focados nas pessoas é um desafio dentro do sistema: os educadores são frequentemente limitados pela falta de recursos, pressionados pela burocracia do governo precisam atender às partes interessadas com expectativas divergentes.

Uma abordagem centrada no ser humano leva as pessoas de volta ao centro. Isto é, inclui ouvir as necessidades dos alunos, mas também professores, administradores e pais. Levando os educadores(as) a entender as experiências individuais dos alunos, o que é especialmente significativo, pois os educadores percebem os benefícios do aprendizado personalizado.

Outro ponto é a solução de problemas abordada pelo Design Thinking que está ligado ao “pensar e fazer”, e é enquadrado em como designers pensam e agem. Além, de abordar a resolução de problemas através de um processo de descoberta que não é “específico do problema” ou necessariamente linear, ele incentiva a observação e a escuta das pessoas como uma maneira de localizar novas oportunidades e inspiração para a criatividade e a inovação. E está enraizado na abordagem de desafios baseados no mundo real. Propondo que a inovação no âmbito educacional, trata-se tanto do processo quanto de resultado de ações que induzem novos elementos em um contexto específico, com o intuito de melhorá-lo.

No próximo post sobre o tema, semana que vem, irei falar sobre cinco cases de design thinking na educação.

Até lá!

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.