“A única coisa constante na mudança é que a velocidade da mudança está aumentando”. Peter Diamonds
Com a democratização da informação aliada à disponibilidade das tecnologias emergentes, novos patamares de crescimento são alcançados. Empresas estão amplificando seu alcance e atingindo níveis de crescimento em uma velocidade nunca vista antes.
Exemplos evidentes disso são o Uber e o Airbnb. O Uber foi fundado em 2010 e já atingiu um faturamento de mais de US$ 1,5 bilhão em 2015, segundo a publicação Business Insider. Também está presente em mais de 60 países e está avaliado em assustadores US$ 50 bilhões. Sem ter um único carro na sua frota.
Quanto ao Airbnb, empresa de fundada em 2008 na cidade de São Francisco, Califórnia, também apresenta crescimento vertiginoso. Avaliado em US$ 25 milhões pela Forbes, oferece 1,5 milhões de hospedagens em mais de 191 países. No Brasil, nos últimos quatro anos, aumentou em 17 vezes a oferta de acomodações. Sem possuir um quarto em seu nome.
Descubra o conceito por trás
Steven Kotler, jornalista, empreendedor e co-autor do livro BOLD: How to Go Big, Create Wealth and Impact the World afirma que a exponencialidade dos negócios provém da mudança de modelo mental, rompendo o pensamento linear que tem regido o mundo dos negócios nos últimos séculos. Pensamento esse que surgiu na era industrial.
Porém, estamos ingressando na era da informação, digital, conectada e complexa, em que a troca de conhecimento acontece de maneira exponencial com a internet e os resultados dos negócios cada vez mais imprevisíveis.
Nesse cenário, crescimentos exponenciais demandam a incorporação de um novo mindset pelas empresas e pelos empreendedores. Modelo mental que está diretamente relacionado ao próprio ciclo de exponencialidade da tecnologia. Conseguir dominar a forma como a tecnologia evolui e impacta a sociedade, irá conferir aos negócios a habilidade de navegar e crescer nesse mundo complexo, ambíguo, volátil e incerto.
Kotler, em conjunto com Peter Diamonds, teorizam o ciclo de exponencialidade das tecnologias no que denominaram de Os 6 D’s da Exponencialidade:
DIGITALIZAÇÃO: Parte-se da ideia que o compartilhamento e a troca faz parte da natureza humana. Querer construir sobre as ideias dos outros. Considerando que quase tudo digitalizado, esse processo potencializa, facilita e acelera a criação conjunta.
DISSIMULAÇÃO: O começo da disrupção. Depois de digitalizado o crescimento começa a se tornar exponencial, porém ainda não é notado como tal;
DISRUPÇÃO: Depois de um período de crescimento aparentemente imperceptível a adoção da nova tecnologia ganha efeito de escala e gera a disrupção. Ou você se torna disruptivo ou vai ser alvo da disrupção de alguém. Nesse momento, a tecnologia permite a criação de um novo mercado. Exemplo disso? Uber.
DESMONETIZAÇÃO: pode parecer surreal, mas uma ótima maneira de ganhar dinheiro é tirando o dinheiro da equação. Pense que o Whatsapp desmonetizou a comunicação entre as pessoas ou o Google desmonetizou as ferramentas para trabalho. Ou Napster no seu início com a desmonetização do mercado de música. Desmonetização é disruptiva também, porque as indústrias não estão preparadas uma mudança tão radical. Remover barreira de entrada, simbolizada pelo dinheiro, tende a tornar os negócios exponenciais com mais facilidade, abrindo portas para novas formas de receita;
DESMATERIALIZAÇÃO: A desmaterialização leva ao desaparecimento de bens e serviços. O processo de desmaterialização é muito bem exemplificado pelo smartphone. A partir de um único aparelho, é possível reunir diversos produtos e serviços, eliminando-se a necessidade de inúmeros outros aparelhos (GPS, câmeras fotográficas, equipamentos de vídeo conferências, microfones, tocador de música, etc.). Da mesma forma, o Netflix tem modificado a forma como as pessoas consomem conteúdo. É possível assistir a um filme ou documento do próprio celular ou tablet em alta qualidade.
DEMOCRATIZAÇÃO: Colocada como consequência lógica dos demais D`s. Conforme afirma Kotler, a democratização ocorre pelo fato “da transformação dos objetos físicos em digitais, hospedados em uma plataforma online em um volume tão grande que os valor deles se aproximam de zero”. O Google é o maior exemplo. Os usuários do Google são capazes de movimentar mais de 20 petabytes a partir do mecanismo de busca da empresa (dados de 2013). Uma quantidade absurda de informação e de graça. Pode parecer banal, mas na década de 1990, um CD-Rom da Enciclopédia Britânnica já chegou a custar surreais US$ 1000.
Ao representar os 6 D`s da exponencialidade, torna-se mais fácil enxergar cada dimensão significa uma etapa que quando encadeadas fazem qualquer tecnologia ou negócio se tornar exponencial.
Fonte: Bold – How to Go big Create Wealth and Impact the World
Se para muitos esse crescimento de Uber ou Airbnb representa um golpe de sorte ou fruto do acaso, Kotler e Diamonds diriam que não.
Os negócios que citamos são é um fenômeno exatamente porque conseguem navegar e gerar valor na exponencialidade que a tecnologia proporciona.
Negócios que terão chance de sobreviver serão aqueles capaz de se transformar disruptivamente. Caso contrário surgirá outra para tomar o lugar. A competição não é mais com as multinacionais e grandes empresas, é com a exponencialidade dos novos negócios.
Na era da informação, as empresas precisam, além de terem em mente esse modelo mental, ser muito mais enxutas e ágeis. Por estarem focadas na tecnologia da informação e conseguirem se desprender de estruturas físicas, são capazes de criar novos produtos e receitas em questão de meses e até semanas. Todas essas características citadas deverão fazer parte do DNA das empresas do século 21, caso queiram se tornar exponenciais.
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