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Quando o Facebook decidiu formar uma equipe de “Growth Hacking” ao invés de uma equipe de Marketing e chegou a um BILHÃO de usuários, ficou claro para marketeiros do mundo inteiro (pra mim, pelo menos) que existia uma maneira mais eficiente de se fazer marketing.

Uma maneira que usa o lado analítico do nosso cérebro, mas que não deixa de buscar o conhecimento profundo do seu usuário. Uma maneira que democratiza o acesso ao cliente,  e não depende de um trocadilho de um publicitário e de milhões de reais em anúncios durante a novela para vender.

Ok, mas o que é, então, growth hacking exatamente?

1. Growth hacking é marketing com inferência no produto

Existia um preconceito com o marketing no mundo de startups, diante da percepção (errada) de que marketing é apenas propaganda. Mas o termo “growth hacking” abriu as portas do produto para o marketing, dando a esses profissionais (aqueles com uma mentalidade mais adequada a startups), acesso para transformar o produto em uma máquina de marketing por si só, e não uma coleção de funcionalidades que precisa ser “empurrada” aos consumidores depois de pronta.

2. Growth hacking é um processo

A disciplina de growth hacking se apropria das melhores práticas de dois setores distintos: desenvolvimento ágil de software e o método científico.

2.1 Desenvolvimento ágil

Desenvolvimento ágil de software, traduzido para a linguagem do marketing, significa que ações de marketing são produzidas em intervalos mais curtos de tempo, onde o objetivo é “colocar no ar” funcionalidades e campanhas com rapidez (mesmo que de certa forma incompletas). Essas ações são testadas e, diante da análise da sua recepção no mercado, são melhoradas a partir de dados concretos coletados por elas ou descartadas caso não se provem promissoras.

2.2 Método científico

O método científico é uma maneira de se formular hipóteses ao invés de fazer inferências dogmáticas sobre fenômenos observados. O growth hacker parte do princípio que ideias não passam de hipóteses a serem testadas através de experimentos controlados. Isso garante com que não se desperdice tempo e dinheiro com coisas que não trarão resultados, e se invista em ações de retorno garantido.

Você então precisa de um processo de growth hacking que:

  • Estabeleça grandes objetivos sobre as áreas que mais afetam o seu crescimento;
  • Estabeleça uma maneira estruturada para a geração contínua de novas ideias;
  • Estabeleça uma maneira de priorizar essas ideias;
  • Estabeleça uma maneira de estruturar experimentos;
  • Analise cada experimento para avaliar se foi bem ou malsucedido;
  • Distribua os aprendizados entre toda a empresa.

Em resumo, um processo de growth bem elaborado estabelece:

  1. Ritmo: Estabelece uma constância rítmica que lhe possibilita voltar à estaca zero todas as vezes quantas forem necessárias.
  2. Aprendizado: Faz com que exista constante aprendizado sobre o seu cliente, produto e canais de marketing, alimentando o processo para melhoria constante.
  3. Autonomia: Garante que indivíduos decidam no que devem trabalhar para chegar aos resultados da equipe.
  4. Responsabilidades: Com autonomia vem responsabilidades. Indivíduos não precisam estar certos sempre, mas têm a responsabilidade de estar sempre melhorando.

3. Growth hacking é uma maneira de pensar

John Wanamaker é um pioneiro do marketing, inventor de técnicas vencedoras como “money back guarantee” (garantimos seu dinheiro de volta), e é dele a brilhante frase “Metade do meu dinheiro investido em marketing é jogado fora, eu só não sei qual metade.”

O growth hacker jamais fará um grande investimento em marketing se ele não tiver certeza de que trará resultados. O growth hacker é uma mistura de cientista, marketeiro e analista de dados que busca estratégias de altos ganhos com o mínimo de investimento possível. Isso até pode significar gastar dinheiro com publicidade, mas apenas se isso trazer ganhos mensuráveis e sustentáveis.

4. Growth hacking exige conhecimentos de tecnologia

Isso não significa dizer que growth hackers precisam ser programadores, mas vivemos em um mundo cada vez mais dominado por software, onde o hardware está se tornando commodity diante da sua potencialidade.

Quanto maior o conhecimento técnico do growth hacker, maior e melhor será o seu entendimento sobre o que é possível ser feito. E sem saber o que é possível, é impossível ter ideias que vão além do que já foi feito.

Se você é um profissional de marketing ou empreendedor, eu recomendo fortemente que aprenda os princípios básicos de desenvolvimento de software e da web.

5. Growth hacking ainda é marketing

Muito embora growth hackers precisem usar cada vez mais o seu lado analítico e técnico (ou seja o lado direito do cérebro), isso não significa dizer que eles não precisem entender profundamente de marketing e, principalmente, de psicologia do consumidor.

De nada adianta saber desenhar experimentos, analisar dados e programar funcionalidades se um growth hacker não tiver um profundo conhecimento sobre as motivações dos seus usuários, as novas tendências do mercado, os diferentes segmentos de clientes e de como cada um deles compra.

Growth hacking ainda é marketing. E ele exige que você entenda profundamente da parte mais importante nessa história toda: o seu cliente.

“Falta de canais de crescimento, não produto, é a maior causa de fracasso de startups.” Peter Thiel

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Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.