Você sabe o que é realidade virtual e aumentada? Essa tecnologia emergente tem se tornado cada vez mais comum no dia a dia das pessoas e já saiu do mundo das ideias para invadir o mercado. Através do desenvolvimento na área de realidade virtual e aumentada, já podemos tirar esses conceitos dos filmes de ficção e trazê-los para mais próximos de nós. Vamos conhecer um pouco mais essa tecnologia, as novidades e os produtos que já estão disponíveis no mercado.

Realidade virtual X realidade aumentada: diferenças

As realidades virtual e aumentada transformam a maneira como interagimos com outras pessoas e com produtos e serviços. Mas antes de mais nada, vamos diferenciar essas duas tecnologias. E isso é bastante simples de ser feito.

Quando você pensa num dispositivo e está na dúvida se ele se trata de realidade virtual ou aumentada, observe se, ao utilizar o produto, você fica imerso num novo mundo ou se a sua própria realidade é alterada.

Se o aparelho trouxer diante de seus olhos uma experiência imersiva completa, na qual você mergulha em outra realidade, estamos falando da realidade virtual (um ambiente 100% virtual). Pense naquelas atrações de parques de diversões, em que você coloca um óculos e se senta num carrinho de montanha russa, que fica parado durante toda exibição. Você entra num mundo completamente diferente e acaba até levando os sustos como se aquela experiência fosse real.

Agora, se o dispositivo faz com que apareçam interferências que se sobrepõem ao mundo real, então estamos falando de realidade aumentada. Para tentar exemplificar de forma mais simples a realidade aumentada, lembre-se do appPokémon GO, que fez bastante sucesso no ano passado. E não foram só os fãs da saga que entraram nessa: era difícil encontrar alguém com um smartphone que não tinha instalado o aplicativo.

As pessoas se encantavam com o fato de misturar vida real e digital: você andava pelo mapa da sua cidade, via as ruas do seu bairro, viajava com o celular na mão e, no meio do caminho, encontrava pokémons para colecionar. Essa ideia de realidade aumentada já existia há algum tempo, mas essa foi uma das formas mais expressivas do alcance dessa tecnologia emergente.

Caso queira entender o que está por trás do fenômeno do Pokémon Go e o futuro dos negócios, não deixe de conferir o artigo O que o Pokémon Go tem a ver com o futuro dos negócios.

Do mesmo modo, o segundo episódio da terceira temporada de Black Mirror, Playtest, é um exemplo e tanto de realidade virtual e aumentada, mesclando de forma particular (e assustadora) a vida real e a virtual.

Aplicações

Se imediatamente vem à sua mente o uso de aparelhos de realidade virtual e aumentada apenas para entretenimento de uma forma geral, imagine como seria, por exemplo, as aulas de um curso online com esse tipo de tecnologia. Você poderia experimentar a sensação real de estar na sala de aula; poderia visualizar na sua frente através da realidade aumentada um órgão do corpo humano numa aula de anatomia; poderia viajar pelo Egito antigo e presenciar aulas de História de um jeito muito mais intuitivo.

Desde as disciplinas do ensino fundamental (auxiliando na alfabetização) até as aulas mais específicas de um curso de Engenharia, por exemplo. É muito o que essas realidades podem oferecer que vão muito além de filmes e jogos.

Na apresentação das HoloLens, óculos de realidade aumentada da Microsoft, a própria empresa usou muitos exemplos voltados para a área da medicina.

Dificuldades reais

Foi-se o tempo em que as maiores dificuldades para entregar ao consumidor um produto de realidade virtual e aumentada diziam respeito apenas a dificuldades tecnológicas. Na verdade, o problema é ainda mais complexo.

As dores de cabeça causadas pelo uso intenso de smartphone já são tão comuns, imagine se você passasse a usá-lo como uma lente nos seus olhos? É uma atividade cansativa para o cérebro.

Um dos efeitos colaterais mais comuns do uso de dispositivos de realidade virtual e aumentada são as náuseas. A sensação de movimento que os aparelhos trazem pode entrar em conflito com nosso cérebro quando este notar que, na verdade, estamos parados.

Essa questão do desconforto é algo que precisa ser pensado pelos desenvolvedores, principalmente quando tratamos da realidade virtual, que é mais “invasiva” que a realidade aumentada.

Produtos disponíveis

A Samsung lançou no final de 2015 a primeira versão do Gear VR: um aparelho de realidade virtual compatível com dispositvos da linha Galaxy posteriores ao S6. A experiência imersiva oferecida pelo acessório proporciona um campo de visão de 101º pesando menos de 350g (dados da última versão disponível no Brasil). Com o Gear VR, é possível assistir a filmes do Netflix (de um jeito parecido com o cinema), assistir a vídeos 360º, jogar seus jogos favoritos em uma experiência única, além de aproveitar os aplicativos desenvolvidos especialmente para o dispositivo, a fim de melhorar ainda mais sua performance.

A Samsung continua investindo forte na tecnologia do Gear VR para trazer novos modelos e aplicativos disponíveis, baseado no retorno positivo apresentado pelo produto.

Se ainda assim você acha esse tipo de dispositivo muito “careta” e com aquela cara de robô que assusta, saiba que existem empresas que já trabalham para entregar acessórios mais discretos e que sejam realmente um acessório. É o caso da LAFORGE: o modelo Shima é como um óculos comum (você pode até adicionar a prescrição médica e fazer dele um óculos de grau). É claro que nesse caso você não tem experiência de imersão (é um aparelho de realidade aumentada), mas é um serviço tão interessante quanto o da Samsung: você recebe notificações do celular na lente do óculos e elas se sobrepõem de maneira pouco invasiva à visão do mundo real. É possível utilizá-lo também como GPS para nunca mais se perder quando estiver a pé.

Os dispositivos de realidade virtual e aumentada já estão suficientemente difundidos a ponto de você poder encontrar diversos outros modelos até mesmo no Mercado Livre (incluindo o Google Cardboard, uma versão simples feita com as lentes, velcro e papelão que custa em média R$30).

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.