Como qualquer caixa de ferramentas, nossas mentes possuem disponível uma variedade de instrumentos para usarmos sempre quando for preciso.

Inclusos nessa caixa de ferramentas mental estão processos cognitivos, agrupamentos que compõem os três principais fatores relacionados ao processo de geração de ideias: imaginação, criatividade e pensamentos inovadores.

A não ser que saibamos as diferenças entre as ferramentas que podemos fazer uso, podemos cair na tentação de acabar martelando um prego com uma chave-de-fenda. É até possível que essa tarefa seja concluída, mas com certeza está longe de ser a forma ideal.

Imaginação é sobre ver o impossível ou o irreal. Criatividade é sobre usar a imaginação para liberar o potencial das ideias existentes com o objetivo de criar novas e valiosas ideias. Inovação consiste em pegar sistemas e ideias existentes no qual confiamos e melhorá-los.

Tipicamente, costumamos confundir esses três conceitos um pelo outro.

Sonhos noturnos são um tipo de pensamento imaginativo: o que você vê durante o sonho não está de fato acontecendo e, na maioria dos casos, o que acontece nele não acontece na vida real. Um ótimo exemplo disso é um sonho que tenho sempre, onde um gato azul me ensina como voar.

Quando temos que resolver um novo problema no trabalho ou na academia, confiamos na criatividade para gerar uma resposta ou ideia capaz de nos fazer superar o problema. Até podemos saber as consequências desse problema, porém apenas é possível resolvê-lo combinando ideias e divergindo nosso foco com o propósito de enxergar o que não era possível enxergar antes. Criatividade lida, basicamente, com a realidade, mas as soluções as quais geramos como resultado dela são difíceis de serem mensuradas.

Por fim, inovação é aquilo que acontece quando olhamos para um sistema ou processo existente e encontramos novas formas para melhorá-lo, frequentemente utilizando tanto a imaginação quanto a criatividade.

A maior diferença entre cada um desses conceitos está na forma de focar quando estamos tentando utilizar cada um deles.

Com a imaginação, nosso foco pode ser em coisas que são impossíveis. Por outro lado, a criatividade requer que o nosso foco esteja em coisas que possam ser possíveis, mas que não temos certeza a não ser que as exploramos mais a fundo. Enquanto a inovação nos leva a focar no que está na nossa frente, algo que possa ser melhorado e mensurado aqui e agora.

É importante saber essas diferenças, bem como quando usar um desses modos de pensar em relação aos demais e sob qual contexto cada uma faz mais sentido.

Ao passo que a imaginação apenas requer que tenhamos alguma noção do contexto sobre a ideia que estamos pensando, a criatividade requer que tenhamos certo conhecimento sobre essa ideia, motivação e liberdade para explorar, bem como inteligência para ver o que converge com um conjunto de ideias possíveis e, por fim, a energia para chegar até o final do processo.

A inovação se vale tanto da criatividade quanto da imaginação, focando em sistemas ou ideias existentes que podem evoluir naturalmente.

Quando a imaginação pode ser representada por uma história memorável, a criatividade consegue tangibilizar o que foi imaginado. Contudo, a inovação usa a imaginação e o poder da criatividade para melhorar e mensurar o que já existe.

Se você está tentando melhorar um processo ou ideia, quer seja no trabalho ou na academia, deveria focar em pensar a partir da inovação. A inovação é a forma como podemos visualizar como algo irá funcionar no futuro (texto em inglês).

Se, no entanto, você está buscando gerar uma nova forma de resolver um problema na sua vida, utilizar o pensamento criativo é o melhor caminho. Assegure-se, nesse caso, que você possui tudo que precisa para pensar criativamente (texto em inglês).

E se quer ver as coisas de uma perspectiva totalmente diferente, desenvolva sua imaginação (texto em inglês).


*Texto publicado originalmente em inglês no portal Creative Something e foi traduzido livremente pela Echos – Laboratório de Inovação. Para ter acesso ao texto original, clique aqui.

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É empreendedora e educadora. Ela é cofundadora da ECHOS e suas unidades de negócios: Design Echos e Escola Design Thinking.

Ao longo dos últimos anos, Juliana tem trabalhado para desenvolver um ecossistema de inovação no Brasil. Atua como líder em projetos de inovação nas áreas de saúde, construção, internet das coisas e outros. Como educadora, dissemina o conceito de inovação para o bem.

Em 2014 palestrou no Global Innovation Summit, em San José, Califórnia e, em 2015 foi jurada do primeiro prêmio William Drentel de design para impacto social e foi convidada a palestrar no TEDx Mauá.