Você passou o ano todo desenvolvendo um produto, serviço, sua ideia, seu negócio. Você acredita no trabalho que desenvolveu e sabe que ele será importante para outros ou para sua organização.

A questão é que na vida para que o seu projeto se torne real, seja implementado ou receba investimentos, você precisa apresentá-lo e convencer outras pessoas. Seu chefe, toda uma diretoria, possíveis investidores. Independentemente do tamanho da plateia, sabe que precisa ser memorável.

Porém, o que acontece quando chega a hora de dar esse passo?

Você fica nervoso(a), esquece o que precisa falar?

Estar diante de um palco, ainda que esse palco seja uma sala de reunião, muita vezes é desafiador. Nesse momento, surgem diversas dúvidas em nossas cabeças: “devo andar no palco?”, “o quanto posso gesticular?”, “posso fazer brincadeiras?”, “como me preparo?”, “uso meu tom de voz?”.

Fato é que entramos nele com o objetivo de encantar nosso público para que se engajem em torno do nosso projeto. Trata-se de um jogo, que para ganhar é preciso saber contar uma boa história.

O mundo é movido por boas histórias.

Basta pensar nas histórias que nos foram contadas na infância e que até hoje lembramos. Somos movidos pelo elemento humano. São as pessoas por trás de toda história que nos conecta com o outro e com mundo.

Por isso, através de técnicas de storytelling e de suas experiências como atriz, Raquel Barcha há mais de 25 anos vem ajudando pessoas a se tornarem contadores de histórias.  Raquel acredita que o palco é sempre o lugar em que você está e representa um portal entre o mundo visível e o mundo invisível. Cabe ao interlocutor conduzir o(s) ouvinte(s) para um mundo fantástico da imaginação e das sensações. Tarefa essa que só depende de você.

Raquel também acredita que a partir das técnicas de palco e de contação de histórias qualquer um pode se tornar um compartilhador intencional, capaz de ter controle sobre si mesmo, sobre sua audiência e criar a conexão necessária com o seu público, quer seja dentro de uma sala de aula, em uma reunião, em uma mesa de bar ou no corredor da empresa.

Saber se apresentar é uma habilidade que depende de treino e não de um ppt. Pensando nisso, perguntamos a Raquel Barcha 5 dicas para, independentemente do contexto, você consiga se apresentar de forma assertiva e empática, conquistando sua plateia.

1) Postura

Seja natural. Concentre-se no que vai falar e na conexão que vai estabelecer com a plateia. Não se preocupe com os gestos, pois eles virão naturalmente. Porém, tome cuidado com os vícios de corpo e de fala. A forma como você se coloca para os outros é fundamental para cativá-los. Assim, tiques de fala como “né” ou de corpo como balançar de um lado para o outro são exemplos do que deve ser evitado.

Lembre-se que quando se está no palco, tudo deve ser realizado a partir de uma intenção. Fique em frente a projeção apenas se fizer sentido ficar ali, assim como ande para o outro lado. Use o corpo e o espaço a seu favor e não contra você. A qualidade da sua postura é diretamente proporcional a atenção que terá dos outros. 

2) Aquecimento

Realizar o famoso “quebra-gelo” é importante porque cria uma conexão com o grupo para o qual irá apresentar. Como Raquel diz, a plateia é “um corpo coletivo, nunca uma soma assim de indivíduos. Ou eles embarcam juntos ou não se vai a lugar nenhum”.

Esse aquecimento pode ser desde uma interação rápida com todos os envolvidos ou simplesmente anunciar algo de grande interesse para que todos reajam juntos, ao mesmo tempo. Criar esse vínculo de início é fundamental para que o seu público se conecte com você, evitando-se situações indesejáveis.

3) Instalação

Antes de efetivamente começar a apresentar, instale-se no palco, nem que seja por um segundo. Concentre-se no que vai dizer e repasse mentalmente sobre o que veio falar. Você pode fazer esse processo em silêncio ou em quanto fala em um ritmo mais lento que permita digerir as palavras. 

Caso prefira, inicie o processo antes, quer seja chegando mais cedo no local ou até mesmo no dia anterior a depender do tamanho do evento. Não se preocupe: se você estiver focado, ninguém ficará impaciente, afinal aliado a postura você passa a dominar o palco e o tempo ali será sempre seu. 

4) Estou de frente para a minha plateia e pronto para falar e agora?

Quer seja um palco convencional, uma palestra, uma reunião de trabalho ou mesmo uma mesa de bar onde haja vários ouvintes, imagine que você está diante de um tabuleiro.

Técnica do Tabuleiro

Divida este tabuleiro em quatro partes iguais, sendo fundo à direita e à esquerda, e frente à direita e à esquerda. Ao entrar no palco, ou seja, ao assumir que fará um compartilhamento intencional, lave todo esse tabuleiro com a sua melhor energia e cumprimente a todos, nem que seja apenas mentalmente (se já estiver inserido no contexto).

post_ahaze_tabuleiro

Faça contato visual com os seus ouvintes.

Não se demore neste processo, mas também não evite olhar diretamente para o seu público. Detecte os pontos de luz (as pessoas que estão se relacionando positivamente com você).

Puxe esta luz para os pontos mais obscuros (as pessoas que porventura possam estar resistentes à você). Então comece a jogar uma bolinha imaginária da seguinte forma no seu tabuleiro: comece à direita na frente, depois siga para a esquerda atrás, direita atrás, esquerda na frente. Faça isso sem parar e sem cair sempre no mesmo ponto.

A ideia é não privilegiar nenhum espaço específico com a sua atenção. Distribua por toda a área o foco do seu olhar e da sua energia pessoal.

5) Prepare-se!

Planeje cuidadosamente tudo o que você vai fazer, o que vai falar e ensaie, ensaie e ensaie.

O contador de histórias não decora as palavras, mas de tanto treino estabelece uma relação íntima com o roteiro a ponto de não precisar necessariamente dele.

DICA EXTRA

Caso esteja buscando uma forma humana de criar conexão com as pessoas e engajá-las em torno de suas ideias ou projetos, bem como desenvolver autoconfiança necessária para se comunicar e falar em público, temos uma ótima dica.

post_ahaze_aulaRaquel Barcha ministrará nos dias 05 e 06 de novembro o seu curso AHAZE! – presença em apresentações, em que compartilhará essas e muitas outras técnicas de palco ajudando os participantes a construir apresentações inesquecíveis.

O curso foi desenvolvido com turma reduzida exatamente para que seja pessoal e personalizado, com o acompanhamento do desenvolvimento do de maneira individual. Interessou? Basta acessar aqui para obter mais informações.

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.