Desenhar é uma ferramenta poderosa para estruturar as ideias, ajudando as pessoas a pensarem de modo visual.

Em nosso post anterior, conversamos com Mathias Jakobsen, designer de aprendizado e criador do Think Clearly. Mathias viaja o mundo empoderando as pessoas a se apropriarem da abordagem e a estruturarem suas ideias nesse complexo mundo que vivemos.

Nessa primeira parte, Mathias compartilhou sua história de vida e contou sobre a importância do pensamento visual nos dias de hoje. Agora, perguntamos a ele sobre o grande mito que envolve o visual thinking: a habilidade de desenhar. Além disso, falamos sobre os contextos em que essa ferramenta faz sentido de ser aplicada, bem como quem poderia se beneficiar do pensamento visual!

1) Você deve ouvir o tempo todo as seguintes afirmações “não tenho habilidade de desenhar” ou “não sei desenhar”. O que você diz a essas pessoas?

ADORO quando me perguntam isso. Você tem razão, as pessoas me perguntam isso o tempo todo! Também sempre dizem: “Não tenho a caligrafia tão boa quanto a sua”.

Inclusive esse é o primeiro questionamento que faço no curso. Precisamos resgatar a origem desse pensamento. Costumo indagar: “Quem disse que você não pode desenhar, seus pais, família, professores, você mesmo?”. Provavelmente, em 98% dos casos foi a própria pessoa que chegou a essa conclusão. Assim, incentivo as pessoas a se libertarem desse pensamento e a trabalhar em seu potencial criativo.

Se eu pudesse oferecer algumas orientações diria que:

  • Para exercitar o visual thinking não é necessário desenhar igual ao Leonardo Da Vinci. Tudo que você precisa é saber desenhar as formas básicas como quadrados, triângulos e círculos. Basta praticar!
  • Não precisa estar perfeito, apenas precisa estar legível e limpo, para que não haja confusão de entendimento.
  • Aceite a imperfeição do seu desenho, afinal são rascunhos. Tente sempre simplificar e continue rabiscando.

Aliás acredito que pessoas não proficientes em desenhar costumam ser, na maioria das vezes, as melhores pensadoras visuais. Por não conseguirem desenhar algo muito complexo logo de cara, elas precisam se esforçar menos para simplificar antes de começarem a desenhar.

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Anotações de Mathias de 5 anos atrás, antes de se dedicar ao visual thinking. Fonte: No more excuses: my handwriting was worse than yours! de Mathias Jakobsen

Photo of a Think Clearly handwritten newsletter created by Mathias Jakobsen

Imagem de anotação mais recente de Mathias. Fonte: site Think Clearly

2) O quão longe podemos ir usando o pensamento visual?

Acredito que o pensamento visual nos permite ir até o momento em que ele gere valor. Afinal, nem tudo pode ser realizado por meio dele.

O benefício do mapa visual, por exemplo, é de tornar tudo mais simples, claro e, em alguns casos, retirar o drama da realidade. Mas quando a experiência com drama é algo que precisamos, realizar um mapa visual pode ser um erro. Pense que uma série como Game of Thrones. É muito mais excitante conhecer a dinâmica de Westeros e as histórias dos personagens como um programa de TV do em formato de infográfico.

Outro problema é que podemos nos prender a ficar pensando e desenhando sobre nossas ideias, mas não nos desafiamos a colocá-las em prática. Posso dar um exemplo do meu contexto. Poderia ter passado semanas, meses ou anos projetando e pensando sobre como fazer acontecer o projeto Think Clearly.

Porém, depois de um rápido rascunho para estruturar a ideia, decidi colocar no ar um site associado a um sistema de pagamento. Afinal, o que mais importava era saber se as pessoas realmente gostariam de aprender sobre visual thinking. E felizmente elas quiseram. Mas caso tivesse dado errado, não teria desperdiçado um grande tempo da minha vida debruçado desenhando – e planejando – sobre essa ideia.

No fundo, o propósito do visual thinking é dar suporte e nos ajudar a ser mais efetivo, produtivo e focado. Assim como a ser mais persistente e resiliente na nossa PRÁTICA. O visual thinking não é um objetivo em si mesmo.

3) Quem poderia se beneficiar dessa abordagem?

Muitas pessoas podem se beneficiar do pensamento visual. Acredito que a extensão do impacto depende também da necessidade de cada um. Posso dar o exemplo de um participante, médico, que liderava um projeto relacionado ao vírus Ebola na África e cruzou os Estados Unidos para fazer o curso. Ao final, achou muito valioso o aprendizado.

Também já tive a oportunidade de receber em meu curso diversas pessoas da área de tecnologia, como engenheiros de software, gerentes de projetos, projetistas de experiência ao usuário, entre outros. Além de empreendedores, pessoas da indústria criativa, financeira, marketing. Enfim, vejo que o público é bastante diversificado e que diferentes tipos de profissionais podem se beneficiar da abordagem.

Se estiver buscando uma nova forma de aprender como expor suas ideias e projetos de forma visual e criativa, estruturando melhor o pensamento, saiba que Mathias está chegando ao Brasil em setembro por uma breve temporada com seu curso de Visual Thinking. Essa é uma oportunidade única para aprender técnicas que irão aumentar drasticamente a sua capacidade de comunicar visualmente suas ideias, ajudando-o a colocar em prática seus projetos. Para mais informações, acesse nosso site.

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.