“Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”
Neil Armstrong
A educação é um ativo fundamental para o desenvolvimento do país, mas ao mesmo tempo representa um grande guarda-chuva de possibilidades. Inclusive, são tantas possibilidades que muitas vezes ficamos engessados, procurando uma solução única para um problema tão complexo.
É possível sair dessa paralisia e mudar a realidade se decidirmos dar um passo para trás e resolver um problema por vez.
Apesar de não conseguimos propor uma solução que mude a educação de todo o país, podemos e devemos pensar em soluções que realmente estão a serviço das pessoas e atendam necessidades reais ainda que em pequena escala. O poder da inovação reside exatamente aí: quando projetamos uma solução que resolve um problema ou uma dor, mesmo que de um pequeno grupo, estamos criando algo com sentido e com o enorme potencial de fazer a diferença para um número muito maior de pessoas.
Com essa visão, Vanessa Giron e da Elisângela Goulart, professoras da rede pública do estado de São Paulo, estão conseguindo acelerar o aprendizado de seus alunos introduzindo a abordagem do pensamento visual.
Se ainda não está familiarizado com a abordagem, o pensamento visual ou visual thinking consiste em um conjunto de técnicas e ferramentas para ajudar a desenvolver, estruturar e comunicar as ideias de forma mais visual, proporcionando uma visão ampla do que estamos pensamos.
Abaixo você confere o relato de Vanessa e Elisângela sobre como podemos levar a inovação para dentro da sala de aula e dar o primeiro passo para melhorar a educação do país!
Nós duas atuamos em uma escola pública em São Paulo e estávamos buscando nos reciclar profissionalmente e atualizar nossas práticas educacionais. Sabemos que o ambiente de sala de aula pode ser desafiador, especialmente quanto ao nível de engajamento dos alunos.
Do mesmo modo, percebemos que o modelo tradicional de ensino cada vez faz menos sentido para as novas gerações. O que tem nos levado a pensar: como, nesse contexto, podemos melhorar a educação e oferecer uma experiência de aprendizado transformadora dentro do nosso próprio ambiente?
Ao mesmo tempo, queríamos algo rápido, prático e aplicável que pudesse nos ajudar a inovar no nosso trabalho na escola, mas que nos possibilitasse a trabalhar de forma mais leve e criativa. Foi quando encontramos o curso online “Põe no papel” oferecido pela Descola.
Podemos dizer que o curso foi um divisor de águas para nós. De início, parecia estranho aprender sobre pensamento visual a partir de videoaulas. Porém, não só o conteúdo em foi bastante rico, como os exercícios propostos foram excelentes para que pudéssemos aprender na prática.
Após o curso, sentimos uma nítida mudança de mentalidade em relação às nossas práticas. Olha só o que desenvolvemos durante o curso:
Nas nossas aulas, o pensamento visual nos ajudou a organizar os conhecimentos na lousa e também na preparação das aulas. No nosso trabalho fora de sala, passamos a utilizar o visual thinking para planejar e organizar as nossas ações como coordenadoras de Ensino Médio e na Orientação Educacional.
Porém, como educadoras sentimos que deveríamos ir além e levar essa abordagem para dentro da sala de aula, incluindo os alunos no processo de criação.
Ficamos muito felizes em como os alunos abraçaram a ideia e, depois de replicar o conteúdo da Descola, rapidamente incorporaram o pensamento visual nas anotações deles. Foi nítido ver como os alunos passaram a anotar as aulas de forma mais criativa e visual.
Recentemente, um aluno veio nos contar que tinha dificuldade em assimilar os conteúdos sobre a Roma Antiga e que conseguiu superar essa dificuldade fazendo um mapa mental sobre o tema!
É muito gratificante para nós saber que as nossas aulas inspiram e ajudam os alunos em outros componentes. Outro aluno, por exemplo, veio nos mostrar o mapa mental que ele fez do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Esse retorno positivo dos alunos nos alegra muito. Agora já é possível ver mais alunos anotando as nossas aulas com canetinhas e post-its, o que é fantástico!
Sendo assim, podemos afirmar que o Visual Thinking tornou a nossa comunicação com os alunos muito mais efetiva, melhorou muito a qualidade das nossas aulas e que vem mudando mentalidades em relação à forma como assimilamos e organizamos conteúdo!
É incrível ver a inovação brotando em uma sala de aula, ainda que a conta-gotas, e o como ela pode transformar o nível de aprendizado dos alunos.
Talvez o mais importante desse processo foi ver que nós educadores temos um enorme potencial para mudar a realidade se estivermos abertos à inovação. Iniciativas simples podem catalisar mudanças muito positivas quando pensadas para as pessoas. Trouxemos o visual thinking porque sabíamos que poderia ajudar os alunos no processo de aprendizagem e vimos uma enorme diferença já na escola onde atuamos.
Agora imagine o impacto que poderíamos gerar se cada profissional da educação decidisse levar alguma iniciativa inovadora para suas respectivas escolas?
*Elisangela é professora e geógrafa de formação, com MBA em educação cognitiva. Professora desde 2010 e Orientadora Educacional desde 2015 no Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza”. Contato: emottagoulart@gmail.com
* Vanessa Giron é formada em Letras, português e grego clássico, e mestre em Letras Clássicas pela USP. Professora desde 2011 e Coordenadora de Ensino Médio desde 2015, no Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza”. Contato: profvanessagiron@gmail.com