Você sabia que se juntarmos mosquitos, carretas e uma dose de ousadia podemos mudar o mundo?
Não, não ficamos malucos! Para realmente transformar a realidade e criar o futuro em que queremos viver, precisamos pensar fora da caixa e fazer associações que nunca pensamos antes. É essa a beleza da inovação. Mas como?
Rodrigo Llorente é designer de produto, artista plástico e empresário. Por anos se dedicou a diversos empreendimentos, além de ter atuado em empresas multinacionais. Mesmo com muita bagagem de vida e profissional, sentia ainda ter muito mar a desbravar. Da geração dos Rolling Stones, uniu sua rebeldia, natureza empreendedora e o seu propósito pessoal gerar impacto positivo na sociedade, Rodrigo participou da última turma do ENACT – Enabling Action for a Better Futures. Quer saber o resultado? Confira o bate-papo massa que rolou 😉
1) Contar um pouco sobre a sua história, background, o que você já fez na vida, inquietações e porque o ENACT chamou a sua atenção. Pode também contar alguma curiosidade sua para descontrair 🙂
Sou um “jovem” dos tempos dos Rolling Stones, já vivi e fiz muita coisa. Diversos empreendimentos e algumas passagens por empresas multinacionais, estas, mais rápidas. Sou Designer de Produto, artista plástico e empresário.
No empreendedorismo, desde jovenzinho já experimentava diversos pequenos negócios, de pintar customizar óculos e sonorização de festas. Tive uma fabrica de cerâmica artística, chegou a ter 26 funcionários, mas acabei vendendo para um familiar e fui trabalhar como Designer de Produto na Celite e Incepa, onde assumi a Gerência de criação e desenvolvimento de produtos. Foram 5 anos, depois voltei a empreender. Mas não estava preparado para um “pequeno grande desastre”: perdi numa enchente um empreendimento em montagem, uma casa de entretenimento, muito grande. Ficou tudo debaixo d’água, 3 meses antes de inaugurar o negócio.
Retornei à São Paulo, onde comecei a trabalhar numa empresa de comunicação visual, com cenografia para ações promocionais, em 2005 descobri um novo nicho, nesta área. As unidades móveis. Passamos a desenvolver carretas para Poupatempo, WWF, Bunge. Com o tempo, o que era ideia se consolidou e fundei a empresa Gemma Produções, que oferece produção e soluções para as áreas de live marketing, eventos itinerantes, cenografia e arquitetura promocional, projetando, produzindo e customizando Unidades Móveis, carretas de médio a grande porte.
2) Conte mais para a gente sobre o projeto “Mosquito”.
O projeto “Mosquito” consiste em uma carreta de grande porte – carreta guerra – para embarcar um ação itinerante de combate ao mosquito. Nessa carreta, ofereceremos cursos, treinamentos para capacitar e elucidar pessoas, tudo com muito trabalho na prática, com maquetes e mockups 3D, fotos, de elementos que costumam facilitar o depósito de larvas, ou melhor, focos, criadouros dos mosquitos. Iremos visitar previamente os locais em que a unidade móvel irá passar e faremos contatos com escolas, igrejas, centros comunitários, convocando à visita. Crianças e mulheres são determinantes na ação. A ideia é classificar os visitantes e eleger “Delegados” pessoas que se identificam, se destacam em ajudar outras, a cuidar disto, verdadeiros Transformadores.
Esses, além de receber um título, adesivos e mesmos distintivos para usar na roupa, serão nossos escudeiros com a proposta de capilarizar a iniciativa. O projeto ficará em contato com esses agentes, mesmo já partido para outra região. Enfim, a ação deve se deslocar para diversos sítios e permanecer cerca de 3 a 5 dias em cada local. Vamos contar com apoio da Unesp, Universidade de Meio Ambiente, no desenvolvimento dos treinamentos.
Possibilidade de atuação do projeto
O projeto é uma derivação do que foi desenvolvido durante minha permanência no ENACT, que era um projeto para Defesa Civil, uma oficina móvel, para ajuda e capacitação a população atingida por desastres e calamidades naturais, tipo enchentes, vendavais e mesmo o caso da barragem de Mariana. Para tirar do papel o projeto “Mosquito, ao longo o ENACT, aproveitei ao máximo o Design Thinking e outras ferramentas do curso.
3) Como você se vê como empreendedor?
Acredito que nasci empreendedor, venho de famílias que tinham seus negócios próprios, sempre fui criativo e desenvolvi “n” pequenos negócios e ideias. Gostava de negociar, desenvolver coisas. Sei que meu ponto fraco é o administrativo e sofro percalços por isso. Porém, acredito muito no empreender, pois é uma das saídas para o crescimento do Brasil, mesmo em crise. Mas para isso é preciso coragem, arriscar. Felizmente, hoje em dia, a rede de suporte a empreendedores está se expandindo e cada mais há oportunidades para se capacitar, vide Enact, Sebrae, Endeavor, entre outros. Estar preparado para isso evita perda de tempo e minimiza riscos, custos. Agora é preciso ser resiliente, e este é um ponto forte, pessoal. Sofri um bocado na minha vida profissional, sempre me reergui, mas a um custo muito alto.
4) Como era seu o projeto antes do ENACT?
Era uma ideia, apenas. Apesar do know-how com eventos na carreta, no ENACT é que formatei o projeto. Ele tomou vida, ficou real, todos pontos foram analisados, mudanças de rumo durante o curso apareceram, e isso é muito bom. Agora o novo projeto, esta todo calçado no que desenvolvi durante o ENACT com o projeto de Defesa Civil – oficina móvel, para ajuda e capacitação à população atingida por desastres e calamidades naturais. A certeza do projeto voltado para o social se solidificou. Consegui incorporar boas ideias que tinha do meu projeto anterior e desenvolver o “Mosquito” que também faz muito sentido para o meu propósito pessoal.
5) Como foi participar do ENACT, como foi o processo e o que você aprendeu de valioso.
Foi muito bom. Apesar de toda minha experiência profissional, em diversas áreas, durante o ENACT tive um bocado de insights, consegui organizar um projeto. O pessoal, digo professores, os transformadores, foram todos muito bons, cada um com suas características. Teve momentos que eles pareciam mais como mágicos, pois sabem tirar o coelho de dentro de nossa cartola. Show!
6) No curso tem um primeiro momento de inspiração, em que se aprende alguns conceitos pensamento sistêmico, sustentabilidade econômica, empoderamento criativo e consciência de propósito. Como foi esse momento e como te ajudou a encontrar ou formatar o seu propósito e o impacto que você gostaria de causar na sociedade, bem como a modelar o seu negócio.
Essa inspiração foi de muito proveito, em específico para meus projetos. Fui fazer o curso com aquela sensação do que iríamos tratar, o que eu ia receber, aprender. Para ter uma ideia, cheguei no ENACT com alguns projetos na manga. Engraçado que inicialmente era fascinado pelo meu projeto em defesa civil, como comentei, mas ao longo do programa fui desenvolvendo o projeto Mosquito e aprendendo sobre modelos de negócios ganha-ganha e outras ferramentas. Ao final, vi que o projeto Mosquito que criei fazia mais sentido, era mais viável e poderia gerar um impacto real na sociedade. No fim, aprendi que às vezes precisamos desapegar para evoluir.
7) Depois de se inspirar, no ENACT acontece o momento de transpirar que é colocar mão na massa e desenvolver um negócio que chamamos de negócio do futuro. Como foi esse processo e por que seu projeto seria um negócio do futuro?
Vem um frio na barriga, apesar de tudo desenvolvido, no ENACT são derramados “anos” de informação, lógica, criação, novidades, processos e ferramentas, Uau! Você sai com seu projeto ainda quente, vai pro mercado e encontra as pessoas, o mundo, num ritmo mais lento, com pés no passado. Aos poucos você vai absorvendo essa realidade e ajustando seu ritmo e ao mesmo tempo “dá um gás” nos contatos. É aí que as coisas começam a mudar.
Você passa a enxergar essa diferença. Percebe que seu projeto esta bem desenvolvido e que ao apresentar, as pessoas (clientes / investidores ) sentem que tem algo mais, por trás disto, algo de bom, de profissional.
Falando em negócio do futuro, vem minha inspiração nas unidades móveis, que não aconteceram por acaso e não são uma novidade, mas passam a cuidar do futuro, quando aplicadas desta forma. O Brasil é imenso. Há necessidade de acessar populações das mais distantes regiões, com projetos dos mais variados cunhos sociais. Falo de futuro, nessas condições, pois podemos e devemos levar o futuro a essas pessoas. Empoderar comunidades, difundir cultura nos mais distantes lugarejos. E os negócios podem ser um caminho para isso, oferecem ferramentas importantes para que as soluções que queremos dar ao mundo aconteçam como: gerenciar de forma eficiente, pensar como aquela solução pode ganhar escala e usar a receita do negócio como motor para gerar mais impacto.
8) Se pudesse descrever a experiência de fazer o ENACT em uma frase, qual seria?
Não é preciso uma frase, apenas uma palavra: Surpreenda-se!
Caso queira saber mais sobre esse projeto, entre em contato com o Rodrigo por meio do rod.llorente @gmail.com.
Acreditamos que pelo mundo existam muitos “diferentões” como o Rodrigo – conheça alguns deles! -, pessoas de espírito livre que estão buscando empreender pensando no futuro, em como podemos criar modelos de negócios que construam um mundo novo e melhor. E se você é um “diferentão” e quer tirar a sua ideia do papel, unindo propósito e empreendedorismo, conheça mais sobre o ENACT, clicando aqui.
Dos tempos dos Rolling Stones, Rodrigo Llorente mantém a alma jovem e o espírito rebelde. É designer gráfico, artista plástico e empresário e se sente impulsionado a fazer a diferença no mundo. Além de tocar o próprio negócio, a Gemma Produções, que projeta, produz e customiza unidades móveis para eventos itinerantes, atualmente desenvolve o projeto Mosquito que, por meio de uma carreta de grande porte para embarcar realizando ações itinerantes de combate aos mosquitos transmissores, oferecendo cursos e treinamentos para capacitar e elucidar pessoas e com a capacidade de atingir todo o Brasil.