É até difícil imaginar como seria a vida sem pobreza, corrupção ou violência. Infelizmente, acabamos crescendo com a ideia de que certas coisas não mudam nunca, “afinal é assim desde… sempre” e o futuro se torna a reprodução do passado. Mas saiba esse não é o único caminho, a única realidade!

Podemos ser criadores do próprio futuro e resolver problemas que afligem a sociedade há tempos. Como? Juliana Proserpio, coordenadora do curso de Inovação Social traz reflexões interessantes de como podemos fazer diferente e criar o mundo em que queremos viver.

1. O mundo não é estático.
Às vezes, acreditamos que algumas coisas são estáticas do jeito que são simplesmente por existirem a mais tempo do que o nosso tempo de existência. Isso traz um ar de estabilidade e de segurança que nos faz com que aceitemos essas manifestações como verdades e realidades imutáveis.

Quando eu era pequena eu acreditava que tudo era possível. Que eu poderia estar em duas festas ao mesmo, que eu poderia ser campeã de ginástica olímpica, que poderia empreender e vender queijinho coalho da Bahia na praia ou que eu poderia ser independente aos quinze anos…

Aos poucos os adultos foram me dizendo que certas coisas não mudam. Que certas regras devem ser seguidas, que não é possível estar em dois lugares ao mesmo tempo e que algumas coisas devem continuar do jeito que são.

Para mim essa visão estática e imutável não fazia sentido. E já de criança queria pensar diferente. Sempre achava que conseguiria, por mais que muitas vezes algumas coisas realmente nunca iriam dar certo.

A história provou que mesmo os alicerces mais estáveis mudam quando menos esperamos. Estar ao mesmo tempo em dois lugares já é possível a partir de várias tecnologias como o Skype; os queijinhos coalho da Bahia já chegaram há tempos nas praias paulistas; os carros chineses já estão quase melhores que os japoneses e os carros japoneses que antes copiavam os americanos hoje os superaram; a comunicação e a informação de privilégio passou a ser democrática com os computadores e a internet; o Brasil perdeu de lavada para Alemanha e até Cuba se abriu…

O fato do mundo não ser estático é uma ideia muito poderosa que nos permite ser grandes e ousados para moldar e redesenhar o mundo em que queremos viver. Porém, tendemos a perceber A REALIDADE COMO EMERGENTE DO PASSADO.

Tanto que acabamos replicamos modelos, atitudes, ações e concepções TODOS os dias. E, assim, vivemos o presente do passado e não o presente do futuro.

Como seres humanos, temos a incrível habilidade de compreender passado, presente e futuro e podemos romper esse paradigma. Por isso, sou apaixonada pelas possibilidades do que é possível, porque quero viver num presente de possibilidades, possibilidades infinitas e em um mundo que podemos redesenhá-lo!

Mas é preciso ter consciência do que estamos criando ou “designing”. Porque não ser consciente significa replicar modelos do passado, sem avaliar o que é bom ou ruim. Pense que o passado carrega muitas soluções do seu tempo, mas não representam as melhores soluções para o presente ou futuro. Tanto que replicamos modelos organizacionais hierárquicos e deterministas, replicamos escolas iluministas, replicamos democracias baseadas em representatividade, replicamos modelos de exclusão social, replicamos racismo, preconceito, inequidade, injustiça, tolerância, e até desnutrição, pobreza, violência e insegurança.

Por outro lado, nós estamos vivendo um momento de extrema abundância, onde a maioria dos nossos principais problemas e necessidades como sociedade já tem uma solução possível, mas não as enxergamos como possibilidade, pois estamos presos ao passado.

Ao mesmo tempo, temos medo dos nossos reais problemas como sociedade, costumamos encarar como muito complexo ou distante de ser resolvido, deixando de enxergar uma possibilidade de solução. E nesse momento, acontece uma desconexão entre o ser humano, sociedade e o próprio problema. O resultado é uma apatia frente aos problemas reais e então paramos de nos importar…

2. Mas como podemos criar?

Volto a dizer: temos abundância, abundância de conhecimento e tecnologia disponível, assim como possibilidades de solução para a maioria dos nossos problemas. Temos nas mãos a grande oportunidade de voltar a nos importar e começar a agir novamente.

E por que não criar novos modelos de negócio que solucionem os maiores problemas do mundo?

Um negócio pode solucionar um problema real como acabar com a pobreza, com a fome ou com a baixa educação. Podemos criar serviços que elevem o ser humano, com respeito, humanidade e empatia. Podemos criar um novo modelo de democracia, um novo modelo de organização. Porque, fomos nós, seres humanos que criamos a riqueza, a pobreza e os nossos modelos que nos levam a estes resultados e por isso podemos recriá-lo – “REDESIGN IT!”

3. SOMOS TODOS DESIGNERS!

Por mais estranho que pareça, não é a falta tecnologia, conhecimento ou de boas ideias que não ultrapassamos os maiores problemas sociais, mas o fato de não nos empoderarmos como criadores de futuros. Ter a consciência que somos designers e agir como tal é o primeiro passo para criarmos o mundo em que queremos viver.

Digo ser consciente porque eu e VOCÊ estamos o tempo todo “designing”, principalmente de forma inconsciente. A todo o tempo você está “designing” a sua cultura, a sua família, o seu país, a sua organização, a sua democracia, o seu emprego, a civilização, o seu próprio ser.

A isso chamamos de design do invisível. O design daquilo que você não vê – ou do que está escondido, como os sistemas, os processos, as culturas que impactam diretamente na construção do mundo onde iremos viver.

Isto para nós, é o que eu reconheço como inovação social, a evolução da inovação hoje. Que resolve os problemas mais complexos do mundo de uma maneira nova e diferente. Cabe a todos nós redesignarmos o nosso mundo, pensando na emergência do futuro, dos reais problemas da nossa sociedade e da sua intenção em fazer parte desta evolução.

Por fim, gostaria de deixar uma pergunta: o que VOCÊ realmente gostaria de design? Que problema você quer resolver no mundo?

Aqui na Echos temos o lema de sempre fazermos algo que nunca fizemos antes. É se jogando que fazemos o bem para o mundo! E se você, assim como nós, quer ser um transformador de realidade, conheça o curso de Inovação Social. Para saber mais, clique aqui.

E se você quer entender mais como é possível criar soluções desejáveis, viáveis e possíveis que tornem o mundo um lugar melhor a partir de modelos ganha-ganha, venha ler nosso Ebook gratuito Inovação Social! Para baixar, é só clicar aqui.

 

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.