Negócios sociais são como são chamadas as iniciativas empresariais que não só geram lucro, mas também solucionam alguma questão social importante.
Ou seja, se diferem das organizações não governamentais (ONGs) por não serem totalmente filantrópicos; o empreendedor vê uma oportunidade de fazer o bem e, ainda assim, ter uma empresa que caminha com as próprias pernas, sem a necessidade de receber doações.
Um dos maiores ícones de todos os tempos neste assunto é o economista Muhammad Yunus, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2006, que esteve no Brasil em maio deste ano discursando sobre empreendedorismo social.
Conhecido como o “banqueiro dos pobres” por ter criado um sistema de microcrédito para a população carente de Bangladesh, seu país, Yunus acredita que os negócios socialmente responsáveis são muito importantes para a evolução econômica e, sobretudo, dos direitos humanos.
Em entrevista à Folha de S. Paulo , ele explicou que os negócios sociais em vez de terem como missão o lucro, visam resolver alguma questão social.
Segundo o economista, os empresários que seguem essa linha podem gradualmente recuperar o dinheiro investido, no entanto, não retiram dividendos depois disso. Na realidade, a essência do negócio é atingir um ou mais objetivos sociais, sem focar necessariamente no ganho financeiro pessoal.
Empreendorismo social no Brasil
Os empreendedores que viabilizam os negócios sociais, de acordo com Yunus, são pessoas inconformadas com a realidade social de alguma comunidade e, por isso, usam seus conhecimentos e criatividade para criar soluções.
São profissionais que sentem prazer no exercício de mergulhar em problemas, encontrar suas causas e viabilizar meios de solucioná-los.
Muhammad Yunus falou, tanto em suas palestras quanto em entrevistas concedidas à imprensa, muito sobre as necessidades e o potencial do Brasil para a geração de negócios sociais e alertou para a necessidade da criação de condições para que os indivíduos tomem as rédeas da própria vida. Citamos também aqui e aqui, alguns cases que estão a partir de problemas sociais criaram soluções e negócios de alto impacto.
Por onde começar a entrar no universo dos negócios sociais?
Além do inconformismo destacado por Yunus, é preciso muito conhecimento. Um empreendedor social precisa estar antenado com a realidade socioeconômica do mundo, do seu país, da comunidade em seu entorno. Aliás, separamos 12 artigos que todo empreendedor social ou todo aquele queira resolver problemas sociais precisa ler.
Mas se quiser uma recomendação, a Descola oferece o Desconstruindo a Sustentabilidade, um curso totalmente gratuito e online que aborda o conceito sustentabilidade de maneira abrangente e inspiradora. Também vale a pena conferir a série de palestras concedidas por Yunus podem ser muito úteis para embasamento na hora de pensar um negócio social.
Apesar da insipiência do assunto, já existem iniciativas de incentivo aos negócios sociais no Brasil. Uma delas é Prêmio Empreendedor Social, realizado desde 2005 pela Folha de S. Paulo em parceria com a Fundação Schwab, instituição suíça que desde 1998 aplica ações de incentivo às iniciativa sociais no mundo. O prêmio reconhece empresários que investem em iniciativas inovadoras há mais de três anos – ou seja, que já se consolidaram e já têm resultados para exibir – e que tenham comprovados impactos socioambientais positivos.
No âmbito acadêmico, há o Prêmio Laureate Brasil, promovido pela Laureate International Universities, detentora de várias universidades privadas no Brasil, com o objetivo de “Reconhecer jovens empreendedores sociais que promovam mudanças significativas nas comunidades em que atuam”.
Ainda dentro do tema empreendedorismo, você pode adicionar um elemento social já em seu modelo de negócios. Quer saber mais sobre modelagem? Aproveite e confira o curso Business Model Canvas que pode ajudá-lo a modelar propostas de negócios de impacto.