Todo mercado ou indústria está, atualmente, passando por uma transformação digital. A perspectiva de “esperar para ver no que vai dar” no mundo dos negócios está com os dias contados. Qualquer marca, assim como os produtos e serviços que ela oferece precisarão continuamente evoluir para permanecerem relevantes em um mundo dominado pela crescente disrupção digital.
A palavra disrupção frequentemente evoca uma conotação negativa. Acontece que se nos afastarmos por um momento dessa aparentemente caóticas mudanças, é possível enxergar que a disrupção acaba por melhorar as coisas como elas são hoje. Atualmente, há uma gama de novas e poderosas ferramentas não apenas capazes de melhorar o que existe, mas, se pensarmos grande, de impulsionar mudanças profundas.
A realidade é que o Netflix não estava focado em destruir a Blockbuster ou a tv a cabo. O foco sempre foi utilizar novas ferramentas para reinventar a forma de se alugar filmes. No entanto, o que muitas empresas fazem é focar na competição em si. Como consequência, acabam pensando igual aos concorrentes e ficando no mesmo nível de competitividade. E assim a inovação não acontece.
Para inovar faça a pergunta certa
O melhor seria observar como as coisas são feitas, no caso a locação de filmes, e se fazer a seguinte pergunta-chave:
Existe uma maneira melhor de se fazer?
Pode parecer uma simples pergunta, mas quando associada às tecnologias de ponta existentes, poderá abrir possibilidade para maravilhosas e poderosas respostas. Como exemplo, pode-se citar o Uber. Seus fundadores perceberam que a indústria de táxi não oferecia o serviço que os consumidores mereciam deixando-os constantemente com o sentimento de terem sido ludibriados ou de estarem frustrados. Poderia então as novas tecnologias redefinir a experiência desses usuários? Até onde sabemos, a resposta é um grande sim!
Essa é uma das muitas explicações do porquê muitos negócios erram ao tentar atender as crescentes necessidades e expectativas dos consumidores. Não conseguem enxergar o valor das inovações tecnológicas emergentes e, como resultado, estão agora lutando para sobreviver. Considerando que as soluções capazes de mudar o jogo continuam chegando ao mercado e permitem a qualquer um se tornar um novo concorrente, continuar no mercado significa ver a disrupção como parceira e não inimiga.
A revolução tecnológica é constantemente acusada de eliminar milhares de empregos ao automatizar e terceirizar a mão de obra. Contudo, raramente são contadas histórias em que tecnologia está criando novas oportunidades. Acontece que provavelmente não ficaremos mais sentados na mesma mesa realizando a mesma função pelos próximos 20 anos. Mas de fato isso é ruim? Não seria muito menos chato ou muito mais excitante aprender novas habilidades ou aprimorar as que possuímos?
A tecnologia ao mesmo tempo que remove os trabalhos mundanos e monótonos, também nos liberta das nossas rotinas e nos permite focar em tarefas que as máquinas não conseguem realizar. Assim, podemos entregar um novo nível de valor para os consumidores e para os negócios. Máquinas estão se tornando muito mais inteligentes, mas terão dificuldade de replicar a complexidade por de trás da criatividade e inteligência social que representa a essência da condição humana. Apenas precisamos abraçar nossos
A taxa fenomenal com que a tecnologia continua a crescer deixa clara a falta de habilidades. Já precisamos estudantes que conhecem muito mais sobre as tecnologias emergentes do que seus professores, o quais não nasceram no mundo das múltiplas telas (tv, computador, tablet, smartphone). Conforme novos papéis começam a surgir, haverá uma inevitável escassez de habilidades que são necessárias para preencher as novas oportunidades. Infelizmente, esse não é um assunto atualmente discutido com a devida rapidez.
Nosso mundo continua a evoluir na “velocidade da luz”, por isso é fácil culpar as tecnologias disruptivas por mudar o que nós estamos acostumados a amar. Entretanto, deveríamos nos concentrar em aprender novas habilidades, identificar novas oportunidades e olhar como os atuais papéis podem ser redefinidos de modo que nos empodere.
Cada um de nós possui, internamente, o desejo de tornar nossas vidas mais fáceis e mais produtivas. Acredito que por essa razão, o termo tecnologia disruptiva por isso só não deveria ser considerado ofensivo quando podemos aprender a usar essa disrupção tecnológica para mudar drasticamente o antigo, as formas menos eficientes de se fazer as coisas.
Substituir o modelo mental anterior por um modelo focado no futuro, capaz de mostrar novas formas de melhorar os serviços existentes tornando-os mais eficientes, deveria ser celebrado ao invés de temido.
O segredo para o sucesso será a melhoria continua conectada a um novo nível digital. Ninguém está a salvo, nem os novos “manda-chuvas do pedaço” – leia-se Uber, Airbnb, Netflix, para citar os mais famosos. Em tempos que a disrupção é impiedosa a tudo que está a sua frente, será interessante ver se Airbnb ou Uber serão superados por outra tecnologia disruptiva proposta por uma nova startup.
Este artigo é de autoria de Daniel Burrus e publicado no portal Innovation Insights da publicação Wired. O texto original encontra-se e inglês e pode ser lido na íntegra aqui. A Wired é uma ótima referência internacional para todos aqueles que estejam buscando refrescar o conhecimento com conteúdos relacionados a inovação e tecnologia.