Se você sente que as pessoas estão perdendo a razão ultimamente enquanto trabalham milhares de horas por semana, consumindo cada parte dos recursos naturais existentes como se não houvesse amanhã, vivendo em dívidas, competindo de forma egoísta, contribuindo para um mundo cada vez mais desigual, nós também!

Estudos já apontam que continuarmos consumindo no ritmo atual, em 2030 serão necessários 2 (dois) planetas Terra – e ainda não teremos resgatados os 1,5 bilhão de pessoas que vivem na pobreza ou extrema pobreza.
A realidade é que se não mudarmos a direção do barco, a humanidade vivenciará seu próprio Titanic. E todos nós sabemos como essa história acaba.

De fato, tudo isso deve servir de alerta. Mas confesso que, como uma moeda, tudo tem o outro lado. Alguns diriam que o capitalismo tornou pessoas em robôs, mas, sem sombra de dúvidas, nos últimos 200 anos tem servido como um excelente mecanismo de geração de riqueza e melhorado o padrão de vida de modo geral. A verdade é que o capitalismo que conhecemos está em crise e chegando num momento de inflexão. Inflexão essa que tem gerado novas reflexões, modelos e ferramentas que nos ajudarão a superar essa crise.

Você já pensou que o faturamento das maiores companhias do mundo são maiores do que muitos PIB? É inegável que os negócios são poderosos. E por que não usar essa força para o bem?

Pensando nisso, Muhammad Yunus, ganhador do prêmio nobel, criou o conceito de negócio social, inserindo alma e propósito no mundo dos negócios, tornando a eficiência, métricas e metas das companhias para alavancar ações que farão o bem.

Na década de 80, Yunus deu à luz ao primeiro negócio de impacto social chamado Grameen Bank. Em linhas gerais, trata de um banco comercial que oferece crédito aos mais desfavoráveis em Bangladesh, Índia e não exige qualquer garantia. O crédito é oferecido baseado na confiança mútua. O que parecia, à época uma ideia maluca – e até mesmo ingênua – se transformou numa caso de sucesso e empoderou milhares de pessoas a iniciarem o próprio negócio, mas estão fora da órbita dos bancos tradicionais.

E desde então surgiram diversos negócios nessa direção. E sim vão muito bem, obrigado! Se quiser conhecer, a seguir citamos alguns casos famosos:

GRAMEEN DANONE: parceria da Danone e o Grameen Bank, são oferecidos às crianças em situações de pobreza os nutrientes necessários para o desenvolvimento e crescimento por meio de produtos especialmente, além de incentivar a distribuição e venda pela comunidade local desfavorecida.

TOMS: a cada par de sapato vendido representa um par a ser doado para uma criança em necessidade.

GASTROMOTIVA: usar o poder da gastronomia, a comida e todos os seus elementos para transformar a sociedade, unir as pessoas e ajudar a diminuir a desigualdade social capacitando jovens na cozinha.

CDI: com o lema “programar para transformar”, oferecem educação em tecnologia para empoderamento digital, formando jovens autônomos, conscientes e conectados, aptos a reprogramar o sistema em que estão inseridos.

INSTITUTO BANCO PALMAS: conhecido formalmente como um “banco comunitário de desenvolvimento”, é um banco comunitário que surgiu na periferia de Fortaleza – Ceará, Brasil, desde 1998, com o objetivo de projetos de trabalho e geração de renda através de sistemas de economia solidária para a superação da pobreza urbana e rural.

Demais não é mesmo?

Finalmente, gostaríamos de recomendar fortemente o TED de Michael Porter, uma das maiores referências em estratégias de negócio, em que discursa sobre como os negócios podem resolver os problemas sociais.

Os negócios sociais com certeza não responde na totalidade por fazer deste mundo um lugar melhor para se viver. Porém, têm despertado a fagulha de esperança em nossos corações e têm mostrado que as disfunções do capitalismo podem ter solução.

Se você, como nós, é um entusiasta por negócios sociais e quer gerar inovação para o bem, venha se juntar à próxima turma do Inovação Social! O curso acontecerá nos próximos 24, 25 e 26 de setembro em São Paulo e nos dias 28, 29 e 30 de outubro no Rio de Janeiro. Prepare-se para mudar o mundo e se inscreva! Para mais informações, clique aqui.

 

admin_sdt

É empreendedora e educadora. Ela é cofundadora da ECHOS e suas unidades de negócios: Design Echos e Escola Design Thinking.

Ao longo dos últimos anos, Juliana tem trabalhado para desenvolver um ecossistema de inovação no Brasil. Atua como líder em projetos de inovação nas áreas de saúde, construção, internet das coisas e outros. Como educadora, dissemina o conceito de inovação para o bem.

Em 2014 palestrou no Global Innovation Summit, em San José, Califórnia e, em 2015 foi jurada do primeiro prêmio William Drentel de design para impacto social e foi convidada a palestrar no TEDx Mauá.