Sonhar e criar são habilidades humanas inatas que nos permitem planejar nossos futuros. Com elas, somos capazes de imaginar como as coisas podem ser radicalmente diferentes do que são hoje e ajudar a alcançar objetivos futuros.

Por exemplo, muitos de nós sonhamos com nossas próximas férias, nossas próximas mudanças de carreira ou planejamos começar uma família. Esse tipo de pensamento não deveria parecer estranho ou difícil de entender. Afinal, a maioria de nós é ensinada a pensar no futuro desde muito cedo, a partir da primeira vez que nos perguntam: ‘o que você quer ser quando crescer?’

As crianças respondem a essa pergunta com base nas profissões que conhecem, como bombeiro, professor ou bailarina. Cada resposta se baseia em seus conhecimentos de mundo e em suas experiências atuais.

Pense na sua resposta a esta pergunta aos cinco anos de idade e compare-a com a sua carreira hoje. Seu caminho profissional é como você pensou que seria? Para a maioria de nós, a resposta é não. Muitos de nós estamos em trabalhos que nem existiam quando éramos crianças. 

Isso significa que entendemos algo errado. E é o que acontece quando tentamos prever o futuro. Quando traçamos uma linha reta de onde estamos hoje até uma data futura, não nos damos muitas opções. Não consideramos como nós e o mundo mudamos ao longo do tempo. Um único futuro só pode ser criado com base no que sabemos hoje, e esse conhecimento é muito limitado. 

Prever o futuro não funciona

É impossível saber o que vem pela frente; embora possamos adivinhar ou especular, não saberemos até chegarmos lá. Nesse sentido, o pensamento de futuros ou futures thinking é um conjunto de habilidades essenciais que nos ensinam a pensar no futuro para além de uma possibilidade linear. Em vez disso, permite-nos vê-lo como um espectro, como uma série de opções baseadas em especulações em vez de uma única previsão.

Nem como crianças de cinco anos nem como adultos podemos controlar o futuro. É por isso que não devemos nos limitar a imaginar ou dizer que há apenas uma opção diante de nós. Se nosso eu de cinco anos ditasse nosso futuro, talvez não estivéssemos na profissão que estamos agora. Em vez disso, desenvolvemos uma carreira com base nas opções e oportunidades que surgiram diante de nós ao longo do tempo. Aproveitamos a nossa capacidade de imaginar diferentes cenários e escolhemos aquele que mais desejávamos.

O futuro x os futuros

Projetar futuros desejáveis é um processo que reúne um importante conjunto de habilidades. Acabamos de aprender a primeira lição, que é entender a diferença entre ‘futuro’ e ‘futuros’:

FUTURO 

O “futuro”, no singular, refere-se à unidade de tempo que segue o presente.

Passado > presente > futuro. Exemplo: no passado, andávamos a cavalo; no futuro, usaremos drones individuais.

FUTUROS 

  •  O plural “futuros” refere-se às diferentes possibilidades dentro da unidade de tempo “futuro” o que permite a possibilidade de vários cenários diferentes.

Futuro A + futuro Z + futuro K = futuros

Exemplo: um dos futuros possíveis é que os carros manuais deixem de existir.

A segunda lição importante é que pensar nos futuros é mais do que planejar nossa vida pessoal; estende-se à criação de estratégias para organizações, empresas e governos. Sendo assim, quando usamos o futures thinking no contexto dos negócios, estamos aplicando uma nova lente estratégica. Dessa forma, imaginar uma série de novas oportunidades e ameaças cria uma grande capacidade de mitigar riscos e explorar novas possibilidades.

Ao aplicar o futures thinking a um negócio, temos algumas perguntas que levam à criação de cenários futuros:

  • Como as tecnologias emergentes afetarão a inovação em meu setor?
  • Em quais tecnologias emergentes devo investir para ficar à frente da concorrência?
  • O que está acontecendo agora que pode afetar a maneira de fazermos negócios daqui a dez anos?

Os benefícios de pensar à frente não se limitam apenas às empresas:

eles são necessários para resolver problemas sociais complexos. De acordo com o Fórum Econômico Mundial (2020), o Futures Literacy, ou o ato de ser alfabetizado em futuros, é uma das quatro principais habilidades necessárias para tornar o mundo um lugar melhor após a Covid-19. Sendo assim, a capacidade de imaginar e projetar futuros, seja para empresas, governos ou para nós mesmos, é fundamental para planejar um mundo mais igualitário.

Uma coisa é certa; quer estejamos prontos ou não, o futuro chegará. Por isso, a  capacidade de pensar o futuro como um conjunto de caminhos múltiplos nos permite desenvolver estratégias que antecipam as consequências de vários futuros alternativos. Isso abre espaço para a construção de um mundo melhor, mais inclusivo, sustentável e consciente – o futuro que desejamos.

É por isso que desenvolvemos um kit de ferramentas de futuros (Futures Toolkit) gratuito. Este kit ensina os fundamentos do futures thinking, a Metodologia de Futuros da Echos e como ela é aplicada por meio de ferramentas práticas. Lançaremos o kit em três seções ao longo de novembro e dezembro deste ano.

Assine nossa newsletter para receber as três partes do toolkit em sua caixa de entrada ainda em 2022. Ele iniciará você em uma jornada em direção a um futuro cheio de opções. Por isso, aprenda a ver o futuro como uma série de caminhos que podem ser traçados com base na sua visão do que é possível. Afinal, a melhor maneira de avançar em direção ao seu futuro desejado é pensar nele como algo que está acontecendo agora, e não em um momento distante.

“A maneira como você imagina o futuro muda suas ações no tempo presente. Portanto, não é apenas o presente que cria o futuro. O futuro também cria o presente.” – Thomas Frey, Comunicando com o Futuro

A primeira parte da mudança de hoje para alcançar um amanhã desejável é melhorar a capacidade de pensar em futuros.

Faça o download da primeira e segunda partes do nosso kit de ferramentas: Parte 1 – Introdução ao Futures Thinking.

Megan Davis

Originalmente do Michigan, vive atualmente em Melborne, Megan se considera uma cidadã do mundo. Ela vem descobrindo histórias desde 2012, se especializando em estratégia de narrativas e storytelling para negócios que ousam criar novas realidades e futuros.
Ela viajou o mundo conduzindo oficinas em Nova York, Londres e Berlim, e mais recentemente em Lisboa na House of Beautiful Business em 2019 para ensinar pessoas como conectar com storytelling para entregar estratégias e resultados de negócio.
Colocando a empatia em primeiro lugar no negócios e na vida, ela ama compartilhar seu conhecimento ao falar, treinar e oferecer consultoria em projetos que estão mudando o mundo.