A partir de hoje você irá conferir aqui no blog uma série de posts sobre como o Design Thinking pode transformar a experiência da aprendizagem. Serão cinco artigos produzidos pela nossa designer thinker Natália Santos. Eles serão postados uma vez por semana e o primeiro deles é uma introdução ao tema. Veja:
Capítulo 1: Alunos(as) nascidos no século XXI, lecionados por professores do século XX em uma estrutura do século XIX
Quando analisamos a educação do século XX e do século XXI percebemos que não há mudanças curriculares ou da maneira como é o processo de aprendizagem. O desenvolvimento do aluno(a) se abstêm em absorção da informação, doutrinação de valores éticos e morais e desconexão com o mundo real.
Com o modelo cartesiano de educação, o qual é usado pela maioria das escolas, o aluno(a) se depara com as novas informações e a absorção do conteúdo de maneira informativa e mecânica, levando-o a reproduzir o conhecimento de maneira idêntica, e não de maneira que o faça a usar essas informações para soluções de problemas equivalentes em outros contextos.
Uma das mais conhecidas teorias sobre reestruturação dos instrumentos pedagógicos é a Taxonomia de Bloom. Ela classifica comportamentos definidos como importantes para a aprendizagem, assim, determinando três domínios educativos: o cognitivo, o emocional e o psicomotor.
De acordo com a teoria, o instrutor define de forma clara o que o aluno(a) necessita fazer para chegar no objetivo de cada conhecimento e nível de aprendizagem, usando os verbos no infinitivo como elementos essências para a aplicação das três categorias. Por exemplo, no domínio cognitivo são utilizados os verbos: demonstrar, empregar, utilizar, resolver e traçar. Já a “compreensão” vem associada a converter, decodificar, descrever, distinguir e inferir. Por outro lado, quando falamos de “síntese”, empregamos verbos como planejar, elaborar, coordenar, propor, desenvolver e articular.
Assim, com a utilização de palavras que representem comando, os alunos(as) conseguem chegar e executar o que o nível de conhecimento está pedindo. E como resultado da dinâmica, o sucesso discente na execução de determinadas ações mostra seu nível de assimilação de um conteúdo. Logo, o aluno(a) deixa de apenar memorizar, e acaba criando algo novo com o conhecimento informado e adquirido.
Porém, em um período de quase cem anos ainda possuímos um modelo industrial para a educação, com uma hierarquia rígida entre professor e aluno(a), o que denota uma visão educacional de imobilidade para uma sociedade que exige um cidadão móvel, crítico e autônomo. Consequentemente, possuímos alunos(as) nascidos no século XXI, lecionados por professores do século XX em uma estrutura do século XIX. Esse cenário, portanto, é o maior desafio educacional do Brasil, que vai desde o governo até escolas e salas de aula.
Nesse cenário, o sistema educacional exige um modelo ecossistêmico e holístico, o qual seja diverso, interdependente, fluído e que dependa de uma infraestrutura de apoio que sirva como base para o desenvolvimento. Desse modo, é preciso entender a rápida modificação quando se trata das relações sociais, com o desenvolvimento da “sociedade em rede”, a qual potencializou novas formas de tecnologia e mudou a forma como as pessoas se relacionam, se comunicam e aprendem. Além disso, os modelos construtivistas, behavioristas e cognitivistas não possuem intervenção da tecnologia e ainda são os modelos usados pelas escolas tradicionais do século XXI. Essas teorias, face a era digital e a nova formatação social tornaram-se obsoletas, gerando a necessidade de novas pedagogias, onde o aluno(a) seja agente dinâmico e autônomo.
O surgimento das redes sociais tornou as pessoas mais sociáveis, com mais contatos sociais e politicamente mais ativas. Sendo as redes sociais locais onde a comunicação acontece com troca de informação imediata, levando a transformar a maneira como os alunos(as) adquirem e trocam conhecimento.
No próximo capítulo, falaremos mais sobre o desafio de educar em um mundo que muda cada vez mais rápido. Até semana que vem!