VUCA é um acrônimo em inglês para Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity. O termo saiu da “Academia do exército dos Estados Unidos” (US Army War College) no final dos anos 90, para se referir ao mundo “Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo” (VICA em Portugues) do pós-Guerra Fria.

  • Volatility (volatilidade): é importante ter em mente que tudo muda, e muda rápido demais. Esse dinamismo exige rapidez na contenção de riscos, agilidade na criação de inovações e eficiência no aproveitamento de oportunidades.
  • Uncertainty (incerteza): tudo o que parece estático, não é, o que torna difícil prever futuros e manter planejamentos de longo prazo.
  • Complexity (complexidade): há incontáveis variáveis (internas e externas) compondo cada questão corporativa. Cada vez mais será comum se deparar com situações complexas, cuja solução provavelmente está nas entrelinhas, ou na relação entre todas as partes que compõem o problema.
  • Ambiguity (ambiguidade): para cada luz, há uma sombra. Tudo tem dois lados, e cada face tem um oceano de perspectivas diferentes sobre os mesmos acontecimentos e oportunidades.

Alguns anos mais tarde, com a crise mundial de 2008, o termo voltou a ser usado, mas dessa vez no contexto empresarial e se transformou numa metodologia de adaptação profissional, onde os profissionais do novo milênio buscam se adaptar em um ambiente de negócios caótico, no qual a única certeza é a total incerteza.

Esse é o chamado mundo VUCA, que faz, por exemplo, com que o armazenamento digital do planeta salte, dos 4,4 trilhões de gigabytes em 2013, para 35 trilhões em 2020.

É o mesmo universo complexo em que se constata que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda nem tenham sido criadas. Que leva quase 75% das empresas à falência em menos de 10 anos de vida, ou que explica por que 75% dos líderes de negócios estejam reconsiderando reinventar a forma como se relacionam com seus clientes.

Se você ainda tem dificuldades de se posicionar profissionalmente em meio a esse tsunami de mudanças constantes, é preciso compreender o que é VUCA e como se preparar para ele.

Dicas de como abordar o mundo VUCA

  • Volatility (volatilidade): Dedique recursos para estar preparado.
  • Uncertainty (incerteza): Invista em informação. Informação que deve ser coletada, interpretada e compartilhada.
  • Complexity (complexidade): Reestruture, trabalhe com especialistas, e desenvolva recursos para lidar com a complexidade (como investir em treinamento de equipes em Design Thinking, por exemplo).
  • Ambiguity (ambiguidade): Desenvolva uma mentalidade de experimentação, constantemente gerando hipóteses e testando, avaliando os resultados e decidindo como implementar os aprendizados.

Mundo VUCA ou MUVUCA?

Com as novas tecnologias da era digital e a aceleração do ritmo das transformações, o termo VUCA ganhou, nos últimos anos, duas novas letras, além de um significado ainda mais amplo: há quem chame esse contexto dinâmico de “MUVUCA”.

Sim, e não é piada: há uma base teórica interessante por trás do trocadilho. De nada adianta se moldar a um universo volátil, incerto, complexo e ambíguo, se as soluções que você produz não têm propósito bem definido (Meaningfull), tampouco abrangência global (Universal). Por isso, MUvuca.

Daqui pra frente, sugerimos que você experimente olhar para o ambiente corporativo sob a ótica do mundo VUCA. Você vai conseguir entender melhor as mudanças, ou pelo menos entender os principios de como responder a elas!

mundo desruptivo

 A transição de um mundo VUCA pra BANI

Depois do mundo VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity): Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo (VICA em Portugues), um novo modelo, BANI, outro acrônimo da língua inglesa para Brittle (frágil), Anxious (ansioso), Nonlinear (não linear) e Incomprehensible (incompreensível) está sendo utilizado por especialistas.

Até 2020, líderes globais e pesquisadores chamavam a velocidade das transformações modernas de “mundo VUCA” (ou, como alguns chamam no Brasil, “MUVUCA”).

No entanto, nem o mais distópico roteiro cinematográfico poderia prever a reviravolta que uma pandemia traria ao planeta nos últimos anos.

Conceitos como isolamento e distanciamento social se popularizaram, os consumidores se trancaram em casa e o mundo dos negócios se confrontou com o caos completo e absoluto, e não mais com uma alteração de cenário.

No mundo pós-pandemia, especialistas, como o antropólogo Jamais Cascio, defendem que o termo “mundo VUCA” já está obsoleto, e que devemos pensar a sociedade da informação como BANI: Brittle (frágil), Anxious (ansioso), Nonlinear (não linear) e Incomprehensible (incompreensível).

Jamais Cascio dizia, já em 2018, que os nossos cenários não são simplesmente instáveis, mas profundamente anárquicos. Já os resultados, não são de difícil previsão, são completamente impossíveis de se supor.

Estamos diante, portanto, de um mercado que não é mais complexo, mas sim incompreensível. Uma união de conceitos que parece muito mais adequada às novas dinâmicas do mundo contemporâneo.

A adaptação de um mundo VUCA para um mundo BANI

O impacto dessa inconstância no dia a dia corporativo é fácil de perceber. A audiência que o rádio levou 40 anos para atingir (50 milhões), a TV alcançou em 13 anos, e a Internet, em apenas quatro anos.

Entre as décadas de 90 e 2000, mal trocou-se o disco pelo CD e já veio o MP3, seguidos dos streamings de música, outra forma de reprodução sonora em constante mutação.

Enquanto algumas empresas ainda quebram a cabeça para entender o trabalho com ciência de dados (Data Science), já estamos às portas das redes neurais.

E por aí vai, os exemplos são infinitos.

Mas a questão principal é: e os profissionais? Como se modular a essa explosão de novos formatos, produtos e soluções?

No mundo VUCA (atual BANI), as organizações são pressionadas a serem cada vez mais flexíveis, descentralizadas e criativas.

Dicas de como abordar o mundo BANI

  • Brittle (frágil): Aposte no trabalho colaborativo das equipes internas, desenvolvendo capacidades e resiliência.
  • Anxious (ansioso): A ansiedade tem como antídotos a empatia e as habilidades interpessoais, como consciência (mindfulness).
  • Non-linear (não linear): A não linearidade se soluciona com profissionais inovadores — que dispõem de técnicas disruptivas de pensamento, como Design Thinking.
  • Incomprehensible (incompreensível): À incompreensão, se contrapõem tecnologia de dados, como megadados (Big Data) e Inteligência Artificial.

 

Agora que você conhece tanto o conceito de mundo VUCA quanto o de BANI, você tem dois modelos que te ajudarão a interpretar, planejar, experimentar e implementar os próximos passos à frente.

Caso queira saber mais sobre como se portar profissionalmente nesse mundo volátil, indefinido, complexo e ambíguo, não deixe de assinar a nossa newsletter. Assim, você poderá acompanhar conteúdos exclusivos sobre o universo do Design Thinking!

 

Paulo Armi

Diligent, passionate and team player—I’m a certified Design Thinker by IDEO and a postgraduate student of the Master of Strategic Design & Innovation at The University of Sydney.

With more than 12 solid years of real-world experience, I have developed the ability to consistently plan and execute really great things at scale, and I love creating elegant products and services that drive results.

As a designer, I’ve specialised in innovation and insights, and as an entrepreneur, I’ve founded and run a tech company to explore the online application of Augmented and Virtual Reality to create engaging experiences from 2012 to 2017.

I’m currently diving deep into Web3 technologies and systems thinking, while co-designing and leading innovation programs at Echos such as the Google News Initiative Startups Lab India, Digital Product Launch, and the Design Sprint with the NSW Government (HAP).

Also, I’ve been developing and maintaining good relationships with clients through collaborative partnerships, designing and running innovation training and courses, as well as leading, supporting and mentoring team members while collaborating with C-level executives to unlock new business opportunities.